Há mais um unicórnio português, chama-se Remote e ultrapassou a valorização de mil milhões de dólares, depois da última ronda de financiamento bem-sucedida de 150 milhões de dólares, liderada pela capital de risco Accel. A startup foi fundada pelo português Marcelo Lebre (à esquerda na foto), que já foi vice-presidente de engenharia da Unbabel e por Job van der Voort, que é o antigo vice-presidente de produto da GitLab. Na estrutura acionista a Remote já tinha investidores de peso com a Sequoia ou a Index Ventures. 

A empresa foi fundada em 2019 e acaba por se transformar na startup com ADN português que mais rapidamente atingiu o estatuto de unicórnio. A Remote desenvolveu uma plataforma que permite facilitar a identificação e gestão de talento a nível global, facilitando a contratação de recursos humanos nos diversos países e acomodando as especificações legais de cada geografia nessa relação contratual.   

Em declarações ao Dinheiro Vivo, Marcelo Lebre adiantou que o investimento agora angariado vai servir, entre outras coisas, para reforçar a equipa da Remote com mais 400 a 700 pessoas. Vai também servir para desenvolver uma infraestrutura de serviços financeiros para facilitar processos de pagamento entre trabalhadores e empresas.  

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A plataforma Remote permite a quem trabalha com empresas noutros países criar uma entidade e poder faturar a empresas locais como se estivesse no país, gozando da respetiva proteção legal do país. 

A Remote quer chegar a todo o mundo até final do próximo ano. Para já está em 50 países e conta com 220 trabalhadores em 47 países que trabalham, claro, remotamente. Até final do ano quer estar em 80 países, com entidades criadas para facilitar relações laborais remotas. 

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No site a empresa explica que “este marco reflete o empenho e a paixão da nossa equipa global, mas o financiamento é apenas o começo. Pretendemos utilizar este dinheiro para facilitar ainda mais às empresas a contratação dos melhores talentos globais”.

A Remote junta-se assim a outros quatro unicórnios fundados ou co-fundados por portugueses. Da mesma lista faz parte a Farfetch, a Outsystems, a Talkdesk ou a Feedzai, que chegou ao estatuto de unicórnio também já este ano.