A COVID-19 deu lugar a uma transformação global ao nível empresarial, obrigando a uma corrida pela aceleração digital, para que as PMEs pudessem manter os seus negócios. A transformação do digital não só veio salvar muitos negócios, como abrir horizontes e oportunidades para outros, e no processo, as próprias pessoas foram aprendendo a lidar com os serviços digitais, seja nas suas compras ou a tratar de assuntos burocráticos. Foram muitos meses de 2020 a experienciar esta nova realidade, numa incerteza de como será o futuro pós-COVID19.

A IDC considera que a economia global vai continuar no seu “destino digital”, empurrado pelas reações e disrupções causadas pela pandemia durante este 2020. A maioria da oferta de produtos e serviços estão agora assentes num modelo de entrega digital, ou pelo menos, necessitam de um “boost” de digitalização para se manterem competitivas.

Na estimativa da especialista, 65% do Produto Interno Bruto, a nível global em 2022, terá como base a digitalização, prevendo-se um gasto em soluções de TI na ordem dos 6,8 biliões de dólares entre 2020 a 2023.

A IDC traçou 10 previsões das tendências-chave do caminho que a tecnologia vai seguir até 2026.

Previsão 1 – TI baseado em cloud: Segundo a IDC, baseado nas lições que se aprendeu, até ao final de 2021, cerca de 80% das empresas vão introduzir mecanismos de mudança para uma infraestrutura baseada em cloud, usufruindo de aplicações que são duas vezes mais rápidas que antes da pandemia.

Previsão 2 – Aceleração de tecnologias de ponta: As operações de TI obrigaram a dispersar recursos para locais essenciais que se tornaram vitais para muitos negócios: hospitais, fábricas, centros de transporte e muitos espaços onde os negócios mudam rapidamente. E é aqui que são aplicadas as inovações críticas, como a realidade aumentada e virtual, IoT, robótica, veículos autónomos, impressão 3D, IA e inteligência cognitiva e processamento rápido de imagem, para referir alguns. Até 2023, vai haver uma aceleração de 80% de investimento nestes recursos, segundo a especialista.

Previsão 3 – Sistemas híbridos por design: Até aqui, as empresas foram obrigadas a adaptarem-se às circunstancias, mas com tudo o que se aprendeu, até 2023, vão adotar sistemas híbridos que foram criados de raiz. A ideia é que todos os trabalhadores tenham acesso a todos os recursos necessários e de forma segura para executarem os seus trabalhos, da mesma forma consistente e contextual. E seja no seu equipamento preferido ou local de trabalho, seja remotamente ou na empresa ou mudando entre locais, as soluções vão permitir essa dinâmica.

Previsão 4 – Lidar com dívida técnica: Uma das consequências desta crise pandémica vai ser ultrapassar aquilo que é chamado a dívida técnica, que foi acumulada, até pelo menos 2023. Cerca de 70% dos CIOs vão ficar ofuscados por este problema, causando um stress financeiro, alguma falta de inércia na agilidade TI, forçando a migração para a cloud. A IDC explica que muitos CIOs tiveram de fazer atalhos, decidir literalmente coisas de uma noite para a outra, saltando protocolos de TI importantes para resolver problemas imediatos. E isso causou uma dívida técnica que necessita ser ultrapassada.

Previsão 5 – Resiliência Digital: Em 2022, a IDC prevê que as empresas focadas na resiliência digital vão adaptar-se à disrupção e irão estender os seus serviços para responder às novas condições 50% mais rapidamente do que aquelas que se focarem em restaurar os níveis de resiliência dos negócios existentes. A pandemia de COVID-19 destacou a capacidade e habilidade de adaptação para responder a eventos e ruturas de negócios que não estavam planeados. E com essa lição adquirida, as empresas vão apostar na sua resiliência digital para qualquer outro problema que venha a surgir.

Previsão 6 – Plataformas autónomas: Em 2023, vai emergir um ecossistema de cloud com controlo expandido dos recursos, com análises em tempo real, que vão servir de plataforma base de qualquer TI e iniciativas de negócio automatizadas em qualquer local. A IDC refere que as empresas devem deixar de estar apenas dependente dos modelos pré-estabelecidos e focar-se em soluções automatizadas construídas numa plataforma adaptativa, autorregulada e baseada em cloud, que possa ser acedida de qualquer local, mas governada centralmente.

Previsão 7 – Investimento em IA: Em 2023, conduzidos pelo objetivo de introduzir produtos e serviços inteligentes, cerca de um quarto das empresas G2000 vão adquirir pelo menos uma startup ligada a software de IA, de forma a ter skills e propriedades intelectuais diferenciadoras. E a IDC dá mesmo exemplos de empresas como a McDonalds, IKEA, Mastercard, Nike ou Walmart que já fizeram esse tipo de aquisições.

Previsão 8 – Ecossistema de Novas tecnologias de informação e comunicação:  Em 2024, cerca de 80% das empresas vão fazer uma revisão das relações com os seus fornecedores e parceiros para melhor executarem as suas estratégias digitais, no que diz respeito ao uso dos recursos e operações de TI autónomas. A COVID-19 fez acelerar a transformação digital e a reimaginação dos modelos de negócio. Os fornecedores de C-Suits estão à procura de colaborações com vendedores de componentes de silicone, fornecedores de serviços de cloud, comunicações e aplicações empresariais para acelerar a disrupção do mercado e tornarem-se mais ágeis. Essas parcerias envolvem mais partilha direta, equilíbrio e criação conjunta de novas propriedades intelectuais.

Previsão 9 – Economia circular de TI: Até 2025, 90% das empresas G2000 vão obrigar à reutilização de materiais no hardware nas cadeiras de fornecimento de TI, com instalações neutras de carbono e baixo consumo energético como pré-requisitos para fazer negócios. A maioria das empresas vai querer estar alinhada com as iniciativas ligadas à sustentabilidade.

Previsão 10 – As pessoas ainda importam: Durante 2023, a IDC prevê que metade das empresas que apostaram no trabalho híbrido ou fizeram esforços nos negócios automatizados, ou estes vão ver adiados ou então vão falhar devido ao desinvestimento na criação de equipas especializadas e com as respetivas ferramentas em TI, segurança e DevOps. Os CIOs e as suas equipas de TI vão continuar a ter um papel crítico na adaptação, flexibilidade e resiliência das empresas e nas rápidas condições de mudança. O teletrabalho mostrou-se bom para muitos trabalhadores, mas também para o negócio. A IDC prevê que depois da pandemia o trabalho a partir de casa vai continuar.

Este artigo faz parte do Dossier O melhor e o pior de 2020. E as expectativas para 2021. Leia aqui todas as análises e artigos deste especial

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