Em janeiro a Huawei anunciou novas versões do P30 lite e no Nova 5T, com Android e Google Mobile Services, mas apesar do embargo económico imposto pelos Estados Unidos, que tem agora uma nova deadline marcada para 16 de fevereiro, a fabricante chinesa tenciona lançar novos modelos ainda no primeiro trimestre.

“Temos equipamentos que vamos lançar com Google Mobile Services, com Android completo […] são modelos que já estavam certificados pela Google”, explicou ao SAPO TEK Tiago Flores, responsável comercial pela área de negócio de consumo da Huawei em Portugal. Estes modelos têm atualizações ao nível as especificações de hardware mas podem manter os serviços da Google, ao contrário do que aconteceu com o Mate 30 Pro que está a ser comercializado com a versão aberta do Android e com os serviços da Huawei, os Huawei Mobile Services.

Shen Yun, director geral de consumo da Huawei Portugal, confirmou ao SAPO TEK que a estratégia da empresa se mantém, com a aposta no Android como Plano A. “Usar o Android e o ecossistema Google é ainda a nossa primeira opção […] mas se os EUA continuarem a limitar-nos temos a possibilidade de usar o nosso ecossistema”, adiantou em entrevista.

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O responsável para o mercado português lembrou que a Huawei está na “lista negra” de entidades com as quais os EUA e as empresas norte americanas não podem negociar, mas que algumas companhias têm pedido licença para o fazer, como acontece com  a Microsoft. “Não sabemos o que vai acontecer, mas isto já se arrasta desde maio e a Huawei tem continuado a crescer, temos conseguido trazer a tecnologia com vantagem para os consumidores”, justifica.

Shen Yundirector geral de consumo da Huawei Portugal

Os números partilhados pela Huawei indicam que um em cada 3 smartphones vendidos em Portugal é da sua marca, e isso não inclui a Honor. Mas este ano a empresa vai reforçar também a aposta nos wearables, com os relógios e os earbuds, que têm nova versão prometida já para o Dia dos Namorados, a Red Edition. Também nos relógios inteligentes a Huawei está a reforçar a oferta com novas configurações e novos modelos.

“O nosso objetivo é ser número 1 nesta categoria”, a nível global e em Portugal, explica Shen Yun. As análises de mercado feitas em vários países já provaram que esta é uma categoria que está a crescetr e que o investimento da Huawei está a ter bom resultado, fazendo crescer o mercado e até beneficiando outras marcas.

A ideia de que num futuro próximo cada utilizador terá 6 devices, e que podem comunicar entre si com mais facilidade através do Huawei Share, mantendo o smartphone no centro do ecossistema de conetividade, foi defendida por Shen Yun, que sublinha que a Huawei está bem posicionada para explorar esta oportunidade.

Um teste chamado Mate 30 Pro

O Huawei Mate 30 Pro é um teste no mercado por ser o primeiro smartphone da marca sem os Google Mobile Services, e por isso a empresa optou por um número limitado de equipamentos, junto de um grupo específico de utilizadores. E o resultado? “Acho que é bom. Mais de 5% dos consumidores a quem comunicámos esta informação mostraram interesse”, revelou, alinhando os cuidados especiais que a empresa tem mantido para prestar todos os esclarecimentos e apoio pré e pós venda.

“A boa notícia é que ninguém devolveu o Mate 30 Pro”, sublinha, mesmo sem revelar números de vendas.

O responsável pelo mercado de consumo em Portugal também está a usar o Mate 30 Pro há mais de um mês, ainda antes do telefone chegar a Portugal, e garante que a experiência é positiva, apesar de confessar que usa mais aplicações chinesas e que ainda está a tentar perceber as aplicações locais.

E não sente falta de nenhuma app no seu dia a dia? “Com as opções para ir buscar apps [no Phone Clone e nas sites e APKs de serviços] 99% dos casos tem solução,e se não encontrarmos a app que queremos há alternativas”, defende.