O desafio foi lançado em maio e o objectivo era ter a concurso produtos e protótipos e não apenas ideias, escolhendo as startups com propostas que respondessem a um dos desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Graça Fonseca, secretária de Estado da Modernização Administrativa, garantiu ao SAPO TEK que para já o balanço é positivo, pelo número de candidaturas, pela sua diversidade e também pela experiência de uma plataforma de blockchain que suportou o sistema de votação nos projetos.

Ao todo concorreram 113 projetos, que receberam votações do júri e do público através de uma plataforma de blockchain gerida pela Bright Pixel. Cada pessoa interessada tinha de se registar e recebia acesso a uma “moeda virtual”, a GovTech, que era usada para votar nos candidatos, numa carteira que podia ir crescendo a medida que convidava outras pessoas para se juntarem à iniciativa.

Foram emitidas quase 5 milhões de GovTech, tendo sido utilizadas 4.559.312 para a seleção dos finalistas pelos 1.734 investidores que se registaram para votar.

Esta escolha permitiu definir os 6 finalistas que hoje fazem o pitch final perante o júri, que tem a responsabilidade de escolher os três vencedores que receberão apoio financeiro de 30 mil euros, a que se somam outros prémios, como o acesso a um pacote Alpha para o Web Summit – que conta com três bilhetes e a possibilidade de expor o produto ou serviço durante o evento. Os vencedores podem ainda celebrar um protocolo de colaboração com o Estado para desenvolver e testar o produto ou serviço, tendo acesso a um espaço numa incubadora nacional.

As seis empresas finalistas levam a concurso produtos inovadores “made in Portugal” nas áreas das Florestas, Saúde, Alimentação Saudável, Agricultura e Educação e os projectos são a INFORMAT, Vida Saudável para todos da OceanGloamour, Bio2Skin, Mi-Go, Spawnfoam e SmartFarmer.

“A qualidade geral dos projetos é boa […] era preciso já ter um produto ou protótipo para concorrer e um modelo de negócio associado, não podiam se apenas ideias e apresentações”, explica Graça Fonseca. A secretária de Estado nota ainda que o facto do concurso estar orientado para a aplicação das soluções e produtos na resposta aos desafios de desenvolvimento sustentável foi um factor importante, já que muitas destas empresas e empreendedores perceberam a aplicabilidade dos seus projetos nesta área e querem ter este selo que é importante para abrir novos mercados e colocar estas iniciativas no radar de novos investimentos.

Em relação à utilização da plataforma de blockchain, Graça Fonseca diz que foi uma boa experiência, e um primeiro passo numa tecnologia que está ainda “em fase de experimentação”. Para já está garantida a utilização da plataforma para a segunda edição do GovTech em 2019 mas esta experiência pode também abrir portas à utilização da tecnologia em outros projetos, e noutros ministérios.