O negócio de compra da Activision pela Microsoft foi anunciado há um ano e desde então que tem sido escrutinado pelos reguladores dos principais mercados. É um processo completo, considerando o valor de 69 mil milhões de dólares pela aquisição da dona de Call of Duty, jogo que tem sido o principal calcanhar de Aquiles do negócio.

E é na sua própria “casa” que a Microsoft tem vindo a ter dificuldades em defender o negócio, uma vez que o regulador Federal Trade Commision (FTC) dos Estados Unidos já decretou que pretende bloquear o mesmo, considerando que vai um impacto negativo para a concorrência, e consequentemente os consumidores. O caso já está nos tribunais e as audiências pré-julgamento começaram logo nos primeiros dias do ano.

2022: O imbróglio da compra da Activision pela Microsoft, os serviços de cloud gaming e campeões de eSports
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Apesar da Sony ter sido o principal opositor do negócio, a Google e a NVidia já deram o seu parecer à FTC sobre o negócio e ajudaram a colocar “lenha na fogueira” no caso. Segundo a Bloomberg, que cita pessoas ligadas ao assunto, levantaram questões sobre o efeito na concorrência do negócio. Ambas apoiam o argumento do regulador de que a Microsoft poderá ganhar uma vantagem injusta no mercado de cloud, de subscrições e no segmento do gaming em equipamentos mobile.

Do lado da NVidia, a sua preocupação diz respeito à necessidade de acesso aberto e igual aos jogos, mas não se opõe diretamente à aquisição, segundo as testemunhas que preferiram manter-se em anonimato. Apesar da empresa ter como negócio principal as placas gráficas, também foi questionada como parte interessada por oferecer o serviço de cloud gaming GeForce Now. Lançado em 2020, o serviço já conta com 20 milhões de subscritores e suporta mais de 1.400 títulos, baseados na plataforma Steam.

Por outro lado, a Google mantém a preocupação do negócio pela posição que a Microsoft pode alcançar no segmento mobile, devido ao estúdio interno da Activision, a King, que tem alguns dos maiores sucessos atuais, como o Candy Crush e Call of Duty Mobile.

A FTC defende que a Microsoft tem capacidade e potencial motivação financeira para levar a cabo estratégias que fechem o mercado aos concorrentes e que esse tipo de estratégias podem “conduzir a preços mais altos, qualidade inferior e menos inovação”, que acabará por afetar o consumidor.

Call of Duty, uma das séries mais rentáveis de sempre nos videojogos, é uma das grandes preocupações da Sony PlayStation. A Microsoft tem garantido que não tem planos para trancar os jogos da Activision Blizzard na Xbox, mas aparentemente não tem conseguido convencer. O regulador britânico também tinha anunciado em setembro, o avanço da investigação ao negócio para uma fase aprofundada.