Esta semana a Google tem estado debaixo de fogo em processos judiciais. Depois de respirar de alívio com a decisão norte americana de não dividir a empresa, uma possibilidade que pairava sobre o Chrome, a empresa foi multada por questões de privacidade em França e nos EUA em mais de 806 milhões de euros. Agora há mais uma má notícia do lado de Bruxelas, com a aplicação de uma multa milionária por abuso de posição dominante no mercado da publicidade digital.

No seguimento da decisão do tribunal dos EUA, que ainda não está fechada, alguns analistas chegaram a admitir que a Comissão Europeia estaria a retrair-se na possibilidade de multar a Google, evitando criar mau estar com a administração Trump. Isso acabou por não se confirmar e hoje a comissária Teresa Ribera, vice presidente executiva da Comissão Europeia para a área da concorrência, foi muito clara.

"A decisão de hoje mostra que a Google abusou da sua posição dominante na adtech [publicidade digital] com prejuízo para publishers, anunciantes e consumidores. Este comportamento é ilegal à luz das regras de concorrência da União Europeia", destaca Teresa Ribera.

O processo já decorre desde 2021 e a Google já tinha sido avisada para alterar as suas práticas de negócio nesta área da publicidade e implementar medidas que evitassem situações de conflito de interesses na cadeia de negócio de adtech. Na investigação prévia, o executivo europeu diz que o abuso de posição dominante da gigantes norte americana decorre pelo menos desde 2014.

Esta não é a primeira decisão da Comissão que conclui que a Google abusou da sua posição dominante nos diferentes mercados digitais em detrimento dos consumidores europeus. Agora a Google tem 60 dias para responder a estas alegações e avançar com medidas que possam evitar a aplicação da multa.