Ao SAPO TEK, o Delegado da AICEP na Alemanha explica que a principal missão do stand da agência na Gitex Europe passa por “atrair investimento tecnológico alemão”, aproveitando as oportunidades de matchmaking oferecidas ao participarem como expositores no evento.

Segundo Rui Boavista Marques, a aposta com o mote “Invest in Portugal” traduziu-se num conjunto de “reuniões muito qualificadas”. À missão principal, junta-se outra, mais focada na criação de “pontes” entre empresas portuguesas e alemãs, mas também de outros países e à própria organização do evento, num momento de networking que o responsável descreve como bem-sucedido.

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A relação entre Portugal e Alemanha têm crescido ao longo dos últimos anos, com os dois países a marcarem presença mútua nas principais feiras tecnológicas realizadas em ambos os territórios, da Hannover Messe à Web Summit Lisboa. “Há aqui uma espécie de interação acrescida”, detalha o responsável.

“Nós subimos muito no valor na relação Portugal/Alemanha”, realça Rui Boavista Marques. Se, por um lado, se startups alemãs estão de olhos postos no nosso país, o interesse das pequenas empresas portuguesas com grande potencial de crescimento na Alemanha também está a aumentar.

O delegado da AICEP na Alemanha destaca também o nível de maturidade de algumas startups portuguesas que estão à procura de novas oportunidades na Alemanha, como a RootKey. Depois de mapear o ecossistema alemão de inovação, a startup descobriu uma incubadora em Dortmund e prepara-se agora para um estágio de uma semana que lhe pode dar a possibilidade de lá ficar por três meses.

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Na Alemanha “há um potencial enorme para as empresas portuguesas”, enfatiza Rui Boavista Marques. Apesar da barreira linguística, que complica por vezes as circunstâncias, as mudanças nas tendências alemãs podem abrir novas portas, em particular, na área da tecnologia.

Como explica o responsável, com a tomada de posse do novo governo alemão há uma aposta muito forte em dois segmentos, com investimentos na digitalização, enquadrados na área das Infraestruturas, e na cibersegurança, na área da defesa. O reforço destes investimentos pode afirmar-se como uma oportunidade para as tecnológicas portuguesas, realça.

Do outro lado, as empresas alemãs também identificam oportunidades em Portugal. Ainda recentemente, a alemã Testo reforçou a sua aposta por terras lusitanas com um investimento de 47 milhões de euros, numa escolha motivada não só pela qualidade da mão de obra, mas também pela segurança e fiabilidade que Portugal oferece, sobretudo numa altura marcada por disrupções nas cadeias de fornecimento globais.

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Segundo o responsável, este é apenas um exemplo de uma tendência crescente, a do reshoring, com cada vez mais empresas alemãs a olharem para Portugal como uma alternativa sólida dentro da Europa. "Portugal está no mapa do reshoring alemão", afirma. 

O Plano Internacional de Ações da AICEP contempla dezenas de iniciativas ao longo do ano, com uma presença ativa na Alemanha, com várias ações complementares locais ao longo do ano. O esforço de internacionalização alia-se à missão de atrair investimento estrangeiro, com foco em setores estratégicos como semicondutores, saúde, energia e tecnologia industrial.

“Temos uma lista de sectores críticos que são muito importantes e queremos atrair empresas que são líderes nestes sectores para irem investir em Portugal”, enfatiza Rui Boavista Marques.

O SAPO TEK está a acompanhar as novidades da Gitex Europe, em Berlim. Clique nas imagens para ver com mais detalhe