Os Estados Unidos continuam empenhados em restringir a China de aceder a tecnologia de semicondutores. A administração Biden pretende completar um acordo com o Japão para limitar as exportações para a China, antes das eleições previstas para novembro, avança o Financial Times.

No entanto, Tóquio está com receio de que a China possa retaliar contra as empresas japonesas e cortar o acesso aos minerais críticos necessários na construção de tecnologia, nomeadamente o gálio e a grafite. Segundo fontes ligadas ao processo, Pequim já terá deixado essa ameaça ao governo e empresas japonesas.

O objetivo dos Estados Unidos é apresentar um novo plano de controlo de exportações antes de novembro. Esta inclui medidas para forçar empresas que não são dos Estados Unidos a obterem licenças para vender produtos à China que favoreçam o seu sector tecnológico. Além do Japão, o governo dos Estados Unidos tem mantido conversações com os Países Baixos para introduzir medidas complementares no controlo de exportações.

O processo de limitação às exportações continua a ter “buracos” nas leis que têm sido contornados pelas empresas colocadas na lista negra, sendo a Huawei a mais visada. Ainda assim, a aplicação de regras mais duras pretende meter “travão” ao progresso rápido da fabricante e outros grupos chineses nos últimos dois anos. Pretende-se ainda restringir o acesso a serviços, atualizações de software, manutenção de ferramentas, esperando-se um forte abalo à China.

Segundo as fontes do jornal, as autoridades japonesas sentem-se pressionadas pelos Estados Unidos para finalizar o acordo. Do outro lado, as empresas tecnológicas do país têm também feito pressão pelos preços elevados das matérias-primas. Teme-se que as empresas japonesas sejam obrigadas a subir os preços dos seus produtos, tornando-as menos competitivas. Os clientes exigem garantias de stocks de matérias-primas, algo que tem sido difícil de obter.

Para finalizar o acordo espera-se uma abordagem dos Estados Unidos mais sustentável, mas com o aproximar das eleições presidenciais, o governo procura fechar rapidamente o apoio do Japão e Países Baixos.