O valor da Bitcoin e de outras criptomoedas está em “queda-livre”. Além do impacto do recente anúncio de Elon Musk, que suspendeu o pagamento de veículos da Tesla com Bitcoin, a China anunciou uma nova regra que proíbe instituições financeiras e empresas de pagamentos de disponibilizarem serviços relacionados com a transação de criptomoedas, alertando também os investidores para os perigos das cripto-transações especulativas.

A Reuters avança que a decisão visa múltiplas entidades, de bancos a canais de pagamento online. “Recentemente, os preços das criptomoedas têm vindo a disparar e a cair com a especulação a ganhar uma nova força, infringindo seriamente a segurança da propriedade dos cidadãos e causando disrupções na ordem económica e financeira”, sublinham as três entidades do governo chinês que anunciaram a medida.

Nesta quarta-feira, 19 de maio, o valor da Bitcoin acabou por cair abaixo dos 40.000 dólares pela primeira vez em 14 semanas, com a sua cotação a chegar num dos momentos mais baixos aos 39.016 dólares.

Mas a Bitcoin não foi a única. A criptomoeda da Ethereum, Ether, registou uma desvalorização de 15%, passando para os 2.930 dólares. Já o valor da Dogecoin também caiu 17%, com a moeda a valer apenas 0,40 dólares.

Recorde-se que a popularidade da Bitcoin levou a uma corrida à sua mineração, esgotando componentes de hardware, como placas gráficas da NVidia, e consumindo um nível elevado de energia. Estima-se mesmo que a mineração de Bitcoin consome já mais energia do que a Argentina. O consumo equivale a 0,5% de toda a energia produzida anualmente no planeta.

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A questão ambiental foi precisamente o que esteve por trás da recente decisão de Elon Musk em relação aos pagamentos em Bitcoin.  Numa mensagem partilhada no Twitter, o empresário publicou o novo posicionamento da fabricante de automóveis, que refere estar preocupada com o rápido aumento no uso de combustíveis fósseis para mineração e transações da Bitcoin, especialmente o carvão, que tem a maior taxa de emissões.

Há também mais um elemento que poderá a levar à desvalorização da Bitcoin, mas também a um aumento das medidas tomadas por reguladores. De acordo com os investigadores da Eliptic, o DarkSide, o grupo de ciberciminosos do recente ataque à Colonial Pipeline, terá recebido uma quantia de 90 milhões de dólares em Bitcoin antes do incidente que paralisou um dos maiores oleodutos dos Estados Unidos.