Segundo dados da Counterpoint Research, a subida da inflação global tem vindo a reduzir a procura geral para os equipamentos tecnológicos, nomeadamente os auriculares wireless. Isso não significa que o mercado tenha registado quedas, pelo contrário. O medo da recessão não está a diminuir as vendas dos auriculares, mas está a influenciar o tipo de procura dos equipamentos. Ou seja, os consumidores procuram agora modelos mais baratos, evitando grandes investimentos nos auriculares mais caros.

A especialista de análise de mercado refere que a distribuição global de auriculares TWS (True Wireless Stereo) cresceu 13% no segundo trimestre, face ao período anterior e 15% de aumento quando comparado com o trimestre homólogo do ano passado. Esse crescimento deveu-se à grande procura de modelos de baixa gama, que custam menos de 50 dólares. “Graças ao seu baixo preço, estes modelos de gama de entrada não foram impactados pelo medo da inflação”, refere a empresa.

Vendas de auriculares 2º trimestre 2022
Créditos: Counterpoint

Por outro lado, mercados emergentes como a Índia, MEA e América Latina registaram um crescimento no trimestre graças aos equipamentos baratos. Em comparação a China contínua com constrangimentos económicos devido à sua política zero-COVID, em que a população entra em isolamento sempre que é detetado um novo caso.

O aumento de procura de auriculares de gama de entrada beneficiou fabricantes como a Xiaomi, que oferece um vasto catálogo abaixo dos 100 dólares, absorvendo o ciclo de substituição dos equipamentos. Os auriculares acima dos 100 dólares acabaram por ver a sua procura diminuir, sobretudo na Europa, devido à guerra na Ucrânia, afetando fabricantes como a Apple e a Samsung.

Tudo indica que a Apple apresente amanhã os Airpods Pro 2, o que poderá ser uma oportunidade para a fabricante ajustar os preços dos wearables neste período de recessão e tentar contrariar a falta de procura dos equipamentos.