No último ano, a valorização das moedas digitais, liderada pela Bitcoin, bateu recordes e vários analistas defendem que a era das criptomoedas está apenas a começar, prevendo para os próximos anos a massificação dos investimentos nessa área.

Isso mesmo parece também refletir o mercado de emprego nesta área, que entre 2020 e 2021 cresceu 395%, em número de ofertas de trabalho publicadas, contra os 98% registados na indústria TI. Neste momento, revela uma pesquisa feita pelo Bankless Times, a oferta de emprego relacionada com a criptoeconomia é 248% superior à oferta de emprego na indústria tecnológica como um todo.

Os dados têm como referência o mercado dos Estados Unidos, onde a empresa especialista em informação nesta área, identificou 11.470 ofertas de emprego no LinkedIn, numa pesquisa por criptomoedas - os dados resultam de um levantamento feito inicialmente pelo próprio LinkedIn. Destas, mais de 3.000 vagas tinham sido publicadas só na semana anterior à pesquisa e, dentro disso, existiam 717 ofertas publicadas nas últimas 24 horas.

As empresas com anúncios de emprego nesta área procuram sobretudo gestores de produto, e perfis tecnológicos, mas não só. Quase 2.000 das ofertas publicadas são para as áreas de marketing e vendas.

A pesquisa revelou ainda que a maior parte das ofertas publicadas são para posições entry-level (2.196) ou intermédias (6.429), embora tenha identificado também mais de 700 vagas para cargos de direção e executivos. Mostrou ainda, que a maior parte das vagas são para preencher em modo presencial (6.127), mas um número bastante elevado é para posições remotas (4.899).

A extraordinária valorização da Bitcoin no ano passado trouxe para o universo das criptomoedas muitos novos investidores e os estudos mostram que, mesmo com a instabilidade que este mercado ainda tem, há mais interessados em reforçar investimentos que em abdicar deles, mesmo que a valorização da moeda digital volte a entrar em queda livre.

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O espectro da criptoeconomia continua também a aumentar, à medida que vários países dão sinais de interesse em criar as suas próprias moedas virtuais, para não ficarem à margem deste mercado e poderem ter uma palavra na sua estabilização.

A China tem em curso um piloto em larga escala, os Estados Unidos preparam-se para acelerar a regulação de criptoativos e pelo caminho vão estudar a hipótese - há muito em cima da mesa - de virem a criar um dólar digital, que teria como referência o dólar americano e o mesmo tipo de supervisão que a moeda física. A ordem executiva de Biden, para pôr em marcha os trabalhos necessários à tomada de uma decisão sobre o tema, já foi assinada.