A Academy of Motion Picture Arts and Sciences vai aligeirar a sua oposição aos filmes que são exclusivamente distribuídos por streaming. O conselho de administradores aprovou uma nova regra que, pela primeira vez, viabiliza a candidatura de filmes exclusivamente digitais aos Óscares. A autorização vai ser temporária e vigorar apenas durante a próxima edição dos prémios.
A decisão é justificada com a pandemia de COVID-19, que levou ao encerramento de cinemas em todo o mundo e, consequentemente, ao adiamento de estreias e à suspensão de várias produções cinematográficas. Com esta condicionante, a Academia não pode obrigar as distribuidoras a exibirem os filmes em sala durante, pelo menos, uma semana, critério que era obrigatório para que uma produção pudesse habilitar-se a uma nomeação.
Apesar da decisão, Dawn Hudson e David Rubin reiteraram que "não há maneira melhor" de desfrutar de uma experiência cinematográfica do que o cinema e sublinharam que esta é uma forma de apoiar membros e colegas da indústria durante estes tempos de incerteza.
Nas edições anteriores, para efeitos de nomeação, a Academia contava apenas com as obras exibidas em cinemas de Los Angeles, mas a par desta inclusão de filmes exclusivamente digitais, serão agora contempladas as películas que sejam exibidas em Atlanta, Chicago, Miami, Nova Iorque e São Francisco.
Caso a Academia tivesse decidido manter os critérios habituais, seriam excluídos vários filmes que tinham estreias planeadas para cinema, mas que acabaram por chegar aos espectadores via streaming. Até ao final do ano, dado o cenário de incerteza, é possível que o mesmo venha a acontecer com obras que têm lançamento marcado para os meses que restam de 2020.
Difícil será argumentar que os filmes vão ter menos audiência em streaming. Recorde-se que, de acordo com o mais recente relatório de atividade da Netflix, a plataforma cresceu exponencialmente com 16 milhões de novos assinantes, só nos primeiros três meses do ano.
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