A Rússia está a controlar o acesso à informação sobre a guerra na Ucrânia, tendo bloqueado redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram, acusando estas últimas de desenvolverem “atividades extremistas”, assim como vários meios de comunicação internacionais e, mais recentemente, a Google News, acusando-os também de disseminarem desinformação sobre o conflito.

Agora, uma nova análise revela que o custo dos bloqueios online na Rússia já atingiu os 1,36 mil milhões de dólares. Estima-se que 113 milhões de pessoas tenham sido afetadas e, desde que a guerra começou, a procura por serviços de VPN disparou tanto na Rússia como na Ucrânia.

Statista | Custo dos bloqueios no acesso à Internet
Note-se que, no caso da Rússia, o custo dos bloqueios entretanto subiu para 1,36 mil milhões de dólares. créditos: Statista

De acordo com a análise da plataforma Top10VPN, em 2022, já se registaram 13 bloqueios à Internet em oito países, num total de 7.264 horas, com os custos a rondarem os 2,13 mil milhões de dólares até à data.

Para lá da Rússia, também o Casaquistão se destaca pela negativa. Depois de protestos relacionados com a escassez de combustíveis terem aumentado de tom, no início de janeiro, as autoridades do país começaram por interromper o acesso à Internet móvel por quase um dia. Mais tarde, as interrupções passaram a uma suspensão de cinco dias. O custo desta suspensão ascendeu aos 430 milhões de dólares.

em Myanmar, que foi o país mais fortemente afetado por bloqueios em 2021, com os custos a atingirem a marca dos 2,8 mil milhões de dólares, as suspensões continuam. Aliás, em 2022, os bloqueios já chegaram quase às 3.800 horas.

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Na Nigéria, o bloqueio ao Twitter, que começou a ser implementado em junho de 2021 como forma de retaliação pela remoção de uma publicação do presidente Muhammadu Buhari por violar as regras da rede social, manteve-se até janeiro de 2022.

As disrupções à Internet em Tigray, na Etiópia, ocorrem desde 2020, exacerbando a tragédia humanitária da guerra civil. No Sudão, as suspensões são utilizadas pelas autoridades do país como forma de reprimir protestos desde o golpe militar ocorrido em outubro do ano passado e, no Burkina Faso, o acesso à Internet foi limitado três vezes ao longo de um período de duas semanas.