A sustentabilidade é um dos grandes desafios da atualidade e os consumidores começam, cada vez mais, a ganhar maior sensibilidade ao tema e a procurar opções ambientalmente responsáveis. Ainda assim, as compras online continuam a ser uma opção, principalmente, por permitirem poupar tempo, dinheiro e gerarem menos stress.

As conclusões fazem parte dos resultados do Barómetro e-Shopper 2021, realizado pela DPD, e indicam que 82% dos consumidores online regulares consideram que as marcas têm de ser ambientalmente responsáveis. Apenas 50% destes consumidores garantem que compra produtos amigos do ambiente sempre que possível e só 43% estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que respeitem o ambiente.

Neste contexto, e sobre a área das entregas especificamente, o relatório demonstra que 65% dos e-shoppers regulares consideram que escolher alternativas de entrega amigas do ambiente é importante quando compram online. Ao mesmo tempo, 70% relevam que seria mais provável optarem por um website, retalhista ou app com opções de entrega amigas do ambiente, sendo que, quando questionados sobre as opções de entrega que entendem como amigas do ambiente, a maioria de quem compra online regularmente em Portugal aponta para as entregas através de veículos de emissões reduzidas (58%).

Além da sustentabilidade, outros dos fatores mais destacados são a poupança de tempo, com 86% dos inquiridos a acreditarem despender de menos tempo quando compram online; a poupança de dinheiro (69%); e a redução do stress face a comprar em lojas (66%).

Mais e-shoppers regulares depois da pandemia

Outra das principais conclusões do barómetro da DPD é o impacto da pandemia no mercado do ecommerce em Portugal, que levou ao crescimento do número de compradores online regulares em 11%. Segundo os dados apresentados, atualmente 46% do total de consumidores online no país realizam compras através da internet com regularidade, isto é, pelo menos uma vez por mês. Este crescimento do número de e-shoppers regulares verifica-se, sobretudo, na faixa etária entre os 30 e os 39 anos, com rendimentos mais elevados (+15% face a 2019) e em ambos os géneros.

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Relativamente ao processo de entrega de encomendas, destaque para o facto dos lockers serem mencionados, pela primeira vez, enquanto opção, representando a preferência de 3% dos e-shoppers regulares portugueses. A entrega ao domicílio continua a ser a opção mais recorrente no país (84%), seguida das entregas no local de trabalho (30%), na loja do retalhista (12%) e numa loja de proximidade (10%).

Receber informação em tempo real sobre a sua entrega; saber a janela horária de uma hora de entrega; e selecionar, antecipadamente, o dia e janela horária de uma entrega são algumas das opções/comportamentos relativos ao processo de entrega que o consumidor em Portugal prioriza, segundo os resultados do relatório.

 “Os e-shoppers valorizam cada vez mais um serviço personalizado, imediato, prático e facilitado, que não comprometa a eficácia do mesmo e permita acompanhar o estado das suas encomendas de forma que possam gerir melhor o seu tempo”, refere Olivier Establet, CEO da DPD Portugal

No que diz respeito à experiência de compra online, constatou-se que esta continua a ser muito bem classificada, estando os níveis de satisfação em Portugal estáveis desde 2019 e sendo mais elevados do que a média europeia - 85% versus 73%, respetivamente.

Aficionados, epicuristas e eco seletivos

Na análise sobre o perfil dos e-shoppers em Portugal o barómetro da DPD aponta em primeiro lugar os aficionados, que descreve um perfil de compradores online mais frequentes que veem o comércio eletrónico enquanto uma opção de compra mais conveniente, menos stressante e que lhes permite poupar tempo e dinheiro.

Comprar online é um hábito que está estabelecido nos e-shoppers aficionados, tendo a maioria começado a fazê-lo há mais de cinco anos, sendo que, em 2021, as compras destes consumidores tiveram mais relevância no total de compras online do que na Europa. Estes consumidores apresentam um perfil jovem, e a categoria “Frescos & Bebidas” é aquela em que mais compram através da internet, além de artigos de mercearias, mais do que na restante Europa.

Outro grupo em análise são os epicuristas, que designa os compradores mais seletivos e que, por norma, são mais jovens e vivem nas cidades. No caso destes e-shoppers, ainda que sejam muito exigentes, constatou-se que o nível de satisfação da sua última experiência de compra online aumentou desde 2019 e que cada vez mais epicuristas partilham o feedback após a compra, sendo as recomendações nas redes sociais um fator importante na escolha de onde comprar. Estes estão convencidos da praticidade das compras online, mais do que o total dos e-shoppers analisados e no mesmo grau da média europeia. O tipo de produtos que compram não sofreu alterações nos últimos dois anos, tendo adquirido mais produtos da categoria “Moda”, e afirmam que podem comprar quase todos os artigos online.

Os eco seletivos são o terceiro perfil em análise, remetendo para os compradores mais antigos e ligados às lojas físicas, permanecendo compradores online ocasionais. Destes, 40% começaram a comprar online há menos de cinco anos. Ainda assim, estes consumidores aumentaram ligeiramente as compras online desde 2019, com destaque para os produtos da categoria “Moda” (52% vs. 47% da média europeia). São mais propensos a procurar informações online antes de fazerem a compra (59%), sendo que apenas 14% dizem comprar por impulso, e esperam que as ações das empresas sejam sustentáveis, ainda que estejam menos dispostos a agir pessoalmente.

Destaque ainda para os compradores guiados pelo preço, descritos como e-shoppers muito ocasionais, que são muito sensíveis ao preço e a bons negócios e estão convencidos de que a compra online poupa tempo e dinheiro. A categoria “Moda” é aquela em que mais compram, seguida dos “Livros” e “Beleza & Saúde”.

“Frescos & Bebidas” é a categoria que mais cresce

Ao nível das categorias de consumo, o destaque vai para os Frescos & Bebidas, que registaram um aumento de 16% face a 2019. Atualmente, 35% dos e-shoppers portugueses regulares compram produtos desta categoria através da internet. Os artigos de Mercearia (+10%) e Calçado (+8%) foram as outras duas categorias que mais cresceram. Ainda assim, e de acordo com os resultados do barómetro, os produtos de Moda continuam a ser o tipo de bens mais comprados online (61% do total de compras online), assim como os produtos de Beleza/Saúde (51%) e Livros (46%).

O Barómetro e-Shopper da DPD engloba uma análise da realidade do comércio eletrónico na Europa e de outros 12 países fora do continente europeu (África do Sul, Brasil, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Malásia, Rússia, Singapura, Tailândia Turquia e Vietname), que conta com um total de 23.394 entrevistas a consumidores online. Para o estudo foram inquiridos e-shoppers, com mais de 18 anos que tenham encomendado bens físicos via online desde janeiro de 2021. Em Portugal, o relatório contou com um total de 1.050 entrevistas.