Em junho foi anunciado que a Worldcoin iria suspender a atividade em Portugal até ao final de 2024, envolto em polémicas relacionados com a lei de proteção de dados. Estes últimos meses parecem ter sido de reflexão para a startup criada por Sam Altman, o também CEO da OpenAI. É que esta quinta-feira a empresa revelou a mudança de nome, num evento em São Francisco, passando a chamar-se apenas Worlds. E introduziu no mercado um novo hardware, a mais recente versão da esfera de scan da íris ocular.

Tendo afastado o termo “coin”, a startup passa a focar-se na identificação de humanos, naquela que é a era da inteligência artificial. A empresa diz que a oferta de serviços de identificação será cada vez mais crítico numa altura em que os deepfakes criados por inteligência artificial estão a tornar-se cada vez mais reais na imitação das pessoas.

Veja na galeria imagens do novo periférico:

Na apresentação, a startup deixou a pergunta relativa à nova existência da humanidade: “como é que os humanos e a IA vão coexistir?” A World pretende assegurar a identificação biométrica dos humanos através da íris ocular, utilizando a nova esfera para fazer o scan aos olhos dos utilizadores.

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Para tal foi lançado também o serviço de identificação chamado Deep Face, que procura combater o problema gerado pelas deepfakes de IA em fraudes. A startup mudou assim as suas operações que antes eram focadas em cripto, para se focar em tecnologia de identificação biométrica.

A mais recente versão da esfera Orb utiliza o processador Jetson da Nvidia e pode ser adquirida pelos utilizadores, para que a possam utilizar em situações que necessitem de uma identificação em tempo real. A empresa diz que todos podem adquirir a esfera que será entregue em casa, tal como se encomendasse uma pizza. O módulo Jetson é apontado como cinco vezes mais desempenho de IA em relação à versão anterior, prometendo provas mais rápidas e perfeitas dos scans à íris.

O novo Orb inclui câmaras de infravermelhos e luz visível melhoradas, podendo assim funcionar melhor em mais ambientes e definições, sobretudo em locais com menor iluminação. E promete ser mais eficaz na deteção de fraudes e na proteção e segurança de imagem. A World diz que as imagens nunca ficam armazenadas no Orb e depois de terminada a verificação “da humanidade”, todas as imagens que são enviadas para o smartphone do utilizador são eliminadas permanentemente do Orb.

Relativamente à aplicação Word App 3.0, esta foi redesenhada de raiz, com novas funcionalidades e novos produtos, tendo como objetivo expandir-se a mais utilizadores. A World App servirá como um hub agregador das chamadas Mini Apps. Estas são criadas por terceiros, executadas dentro do World App e são integradas de forma anónima com o World IA, Carteira e Contactos. Estas permitem conversar com amigos ou enviar dinheiro, carregar o smartphone com ativos digitais e outras funções.

As Mini Apps podem ser criadas pelos developers, que são aplicações Web que executam um SDK dentro da World App. A app suporta o World Chain e todas as transações já existentes a decorrer no World App são agora 90% mais rápidas, diz a empresa no website.