
Por Nuno Teixeira Santos (*)
Nos últimos anos, vimos como em setores como a banca, seguros, energia, serviços e tecnologia, entre outros, a eficiência operacional e a transformação digital se consolidaram como pilares fundamentais para a competitividade empresarial. Esta visão transversal tem sido particularmente reveladora no setor financeiro, onde as exigências de inovação, redução de custos e adaptação regulamentar são, e serão, permanentes.
Neste cenário, a automatização de processos surge como uma necessidade estratégica, e encontramos organizações que já se comprometeram com a mesma, melhorando a sua eficiência e libertando recursos para se concentrarem em atividades de maior valor, alinhadas com objetivos de crescimento sustentável.
O ponto de partida nesta jornada é a conceção adequada dos processos, de modo que, quando bem estruturados, os erros são reduzidos, as operações são normalizadas e os tempos de execução são encurtados. Garante também uma maior conformidade com os regulamentos, o que é crucial num ambiente financeiro cada vez mais regulamentado, pelo que podemos ter a certeza de que um processo bem concebido já não é apenas uma ferramenta de gestão, mas uma vantagem competitiva.
O salto qualitativo é conseguido através da incorporação da tecnologia nesta base sólida. A adoção de soluções como a automatização robótica de processos (RPA), a inteligência artificial e o reconhecimento ótico de caracteres (OCR) permite transformar radicalmente as operações. A realidade é que as atividades repetitivas que anteriormente exigiam horas de trabalho podem agora ser realizadas em segundos e com uma precisão quase total. Isto reduz significativamente os custos e facilita a escalabilidade sem a necessidade de aumentar proporcionalmente os recursos humanos.
Os novos eixos de mudança
A redução de custos é, de facto, uma consequência natural deste processo de digitalização. Ao eliminar tarefas redundantes, simplificar os fluxos de trabalho e centralizar a informação, as organizações conseguem uma estrutura mais ágil e eficiente. Esta eficiência traduz-se em poupanças financeiras e numa melhoria significativa do serviço, que é fundamental para fidelizar os clientes num mercado cada vez mais competitivo.
Não podemos esquecer um elemento decisivo, que é o alinhamento entre os processos internos e a estratégia da empresa. A estratégia é muitas vezes vista como estando desligada das operações, quando, de facto, ambas as dimensões devem estar intimamente integradas. A automatização permite esta ligação, facilitando a rápida adaptação das operações às prioridades estratégicas, seja em resposta a uma alteração regulamentar, ao lançamento de um novo produto ou a uma situação económica imprevista.
Uma gestão eficiente também depende dos dados. Num ambiente que lida com grandes volumes de informação, são essenciais indicadores precisos. Métricas como o custo por transação, os tempos de execução ou a qualidade dos dados processados permitem detetar estrangulamentos, antecipar problemas e fomentar uma cultura de melhoria contínua. Neste sentido, a automatização fornece capacidade operacional e inteligência de processos.
Principais desafios
No entanto, automatizar implica enfrentar alguns desafios, um dos quais, ultrapassar a dependência de desenvolvimentos personalizados, que tendem a ser inflexíveis e difíceis de escalar. Em vez disso, a criação de plataformas reutilizáveis e adaptáveis, capazes de responder com agilidade às exigências do mercado e às alterações regulamentares, está a ganhar terreno. Esta abordagem exige uma mudança de mentalidade: passar de soluções fechadas para quadros abertos e, naturalmente, evolutivos.
Outro desafio, que ao mesmo tempo representa uma grande oportunidade, é a incorporação da análise preditiva e dos critérios ESG (ambientais, sociais e de governação) nos processos financeiros. A integração destes fatores na conceção dos processos aumenta a resiliência operacional, ao mesmo tempo que posiciona as organizações como referências de sustentabilidade, o que é cada vez mais valorizado pelos investidores, clientes e reguladores.
Por todas estas razões, podemos afirmar que a automatização de processos não deve ser entendida apenas como uma melhoria tecnológica, mas também como uma alavanca estratégica que reforça a eficiência, aumenta a agilidade organizacional e facilita a sustentabilidade a longo prazo. Em suma, trata-se de evoluir para uma gestão mais inteligente, capaz de antecipar e liderar num ambiente em constante mudança.
(*) Head of Business Process Evolution, Glintt Next
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