Ontem foi feita a apresentação oficial do The Rock com o primeiro evento da iniciativa, o Cybersecurity on The Rock, mas o projeto já está em marcha há cerca de um ano, como explicou Francisco Nina Rente ao SAPO TEK.
“O The Rock é um ecossistema de cibersegurança que nasceu de um conjunto de vontades para tentar ajudar os empreendedores e startups de cibersegurança”, adiantou Francisco Nina Rente, que também é empreendedor nesta área e tem uma longa experiência no sector, onde criou a Art Resilia em 2021. “A ideia é que não tenham as mesmas dificuldades que eu tive há 10 ou 15 anos atrás”.
O The Rock nasce em Gouveia, com o apoio do município, e é a primeira incubadora nacional focada em cibersegurança, contando já com 7 empresas incubadas. O objetivo é alargar o âmbito a nível nacional e trabalhar também nos pilares da formação e da colaboração e criação de uma rede de suporte também ao ecossistema e aos nómadas digitais.
A componente de formação é destacada por Francisco Nina Rente como uma das áreas relevantes de investimento no The Rock. O empreendedor reconhece que há um problema com a atração e retenção de talento em Portugal, mas defende que a questão está mais atrás, na própria formação.
“O ensino superior em Portugal é reconhecido por ter um nível muito elevado de qualificação mas está a diminuir a qualidade por decisões estratégicas que foram tomadas”, afirma Francisco Nina Rente.
O tema da cibersegurança foi adotado tarde pela academia e o CEO da Art Resilia acredita que é preciso formar mais técnicos sem ser em ciclos de ensino superior, porque é necessário profissionais com formação prática e diferentes tipos de perfis.
Nesta área o The Rock está a fazer protocolos com a academia na região de Gouveia, e Francisco Nina Rente lembra que se pode apostar na qualificação e requalificação de profissionais, em formação de curto termo, até porque as necessidades de talento são elevadas.
O empreendedorismo, através da incubadora, e o bootcamp para organizações e nómadas digitais são 2 dos pilares do The Rock e em cima destas áreas os promotores da iniciativa querem colocar uma rede de colaboração que estimule e apoie todo o ecossistema.
“É preciso unir forças na área empresarial ou não vamos vingar”, afirma, lembrando que ainda não existe nenhum unicórnio de cibersegurança em Portugal e que mais do que competição saudável as empresas têm de saber aliar-se para responder a alguns desafios e concursos de maior dimensão.
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