Até aqui, o Rock in Rio tinha lugar em Lisboa a cada dois anos. A partir de 2019, o evento está mais presente em Portugal, não com um grande festival, mas com diversos encontros ao longo do verão, em diferentes eventos, começando em maio com o Innovation Week. Mas as atenções estão agora viradas para o gaming…

“Quando fizemos 30 anos de Rock in Rio, e atualmente estamos com 34 anos, olhámos para o gaming, tentando perceber o seu público, porque quem gosta de música gosta de comer e jogar”, refere Roberta Medina, a responsável pelo evento. A empresa começou a convidar outras indústrias de entretenimento para fazer parte da Cidade do Rock. Os números impressionantes do gaming, estimados em 2,2 mil milhões de jogadores pelo mundo chamaram a atenção da organização e dessa forma, procuraram desmistificar que os videojogos não eram um nicho, mas plenamente inserido na sociedade.

Em entrevista ao SAPO TEK, Roberta Medina refere que a ideia de trazer o gaming para a Cidade do Rock surgiu em 2017, na edição do Brasil, onde passaram 300.000 pessoas pelas áreas dedicadas aos videojogos. “Ali concretizou-se definitivamente uma ideia que já vinha de trás, e que deu origem ao Games XP, que é o maior evento de gaming da América Latina e que agora acontece todos os anos no Rio de Janeiro, e estamos a trazer essa ideia para Portugal (e outras áreas da Cidade do Rock), para complementar o calendário e fazer um Rock in Rio “Non Stop”, ou seja, dar vida própria aos conteúdos introduzidos no festival principal. Por isso nasce a Cidade do Gaming, uma área com 5.000 metros quadrados”.

O objetivo da empresa é trazer a experiência de gaming ao entretenimento proporcionado pelo Rock in Rio. Mario Pereira, CEO da Worten, refere que o gaming tem tudo a ver com a Worten, destacando a importância da indústria para o seu negócio, revelando que em 2018 a empresa cresceu 12% no sector. O Worten Gaming Ring, presente no Rock in Rio do ano passado, viu passar 30.000 visitantes, incentivando a repetir este ano a experiência, mas de uma forma ampliada.

O Worten Game City by Rock in Rio é assim o resultado da iniciativa do ano passado, e pretende intercalar, em anos ímpares, com o festival de música Rock in Rio. “A primeira cidade de gaming de Portugal”, a realizar-se na Cordoaria Nacional, de 31 de maio a 2 de junho. Será utilizado todo o edifício, assim como todos os jardins adjacentes, para uma área de 5.000 metros quadrados dedicados ao gaming. O evento conta com uma área retrogaming, torneios de Laser Tags (para simular FPS na vida real), Garage Stage, Dark Room, e a área Try and Play pretende mostrar os mais novos lançamentos de videojogos. O Offline BLVD pretente materializar na realidade os videojogos, com atividades realizadas tal como se tivessem dentro dos jogos. Há ainda a área de restauração chamada Power Up.

Há ainda um cantinho para os pais, o Beer Garden, para que possam esperar enquanto os filhos jogam e se divertem. A Worten vai também ter uma loja no espaço do evento.

Por fim, destaque ainda para o Temple, uma arena dedicada aos eSports, com 100 mil metros quadrados, que vai oferecer competições profissionais e amadoras, com prémios, visando jogos como CS GO (com prize Money de 5.000 euros), League of Legends, Sing Star ou FIFA.

Com as dimensões reduzidas de Portugal, comparativamente ao Brasil, e tendo em conta que já existem outros dois eventos dedicados ao gaming no país, como pode ser esta Cidade do Gaming diferenciadora? Roberta Medina afirma que os eventos existentes são muito diferentes, “porque a Cidade do Gaming transforma-se num parque de diversões, porque não é só a existência de videojogos, as pessoas vão poder entrar mesmo dentro dos jogos com as atividades, onde vai haver muitas surpresas e dinâmicas de entretenimento, sejam performances, música, diferente de tudo o que conheço. Há eventos sérios, com competições e onde se pode experimentar jogos, mas aqui a proposta é transformar o gaming numa experiência de entretenimento ao vivo”.

tek rock in rio

A organização do evento espera cerca de 15.000 visitantes, números comedidos, em sintonia com o “apalpar” desta nova realidade de eventos, que no Brasil é já um caso de sucesso. “Em comparação com o Rock in Rio, as pessoas que visitaram no ano passado o Worten Gaming Ring não foram ali pelos jogos, e o novo evento vai introduzindo o gaming para muitas pessoas que não tem essa relação com os jogos. Quando as pessoas em geral são perguntadas sobre eventos de jogos, estas respondem que se trata de algo para quem joga muito e profissionais. A nossa conversa é dar entender que todos são bem-vindos e que serão bem recebidos”, refere a responsável pelo evento.

Sobre a parceria com a Worten, Roberta Medina refere que “o Rock in Rio não entende nada sobre gaming, por isso, tal como aconteceu no Brasil, foi necessário criar uma equipa que entenda sobre o assunto. O conhecimento da Worten, sobretudo na área profissional é muito importante para construirmos os campeonatos, e é um parceiro que sabe se relacionar com essa indústria”.

A venda dos bilhetes para o evento de gaming arranca no próximo dia 9 de abril e serão um exclusivo das lojas Worten espalhadas pelo país ou no seu site oficial. O bilhete para os três dias custa 17 euros, e para crianças até aos 11 anos será a 9 euros. Há ainda um pack familiar composto por dois adultos e duas crianças a 43 euros e um bilhete de grupo de estudantes para mais de 10 pessoas por 7 euros, cada.