A Qualcomm vai entrar no mercado de chips com capacidade para acelerar tarefas de inteligência artificial em servidores e data centers, um mundo dominado pela Nvidia, que controla cerca de 90% do segmento, onde a fabricante mais conhecida pelos seus chips para dispositivos móveis também quer ter lugar.

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Os primeiros chips já têm data para serem lançados. O AI200 ficará disponível durante o próximo ano e o AI250 será lançado em 2027. O objetivo a partir daí será avançar com novas propostas todos os anos. O plano passa por vender chips individuais mas também por integrá-los em servidores de inteligência para data centers, já com dezenas de chips instalados.

Após o anúncio, as ações da tecnológica subiram 20% em bolsa, a confirmar algum entusiasmo em torno do plano, um entusiasmo que a própria Qualcomm, como seria de esperar, também mostra.

“A nossa ampla plataforma de software e o suporte ao ecossistema aberto tornam mais fácil do que nunca para os programadores e empresas integrarem, gerirem e dimensionarem modelos de IA já treinados nas nossas soluções otimizadas de inferência de IA”, afirmou Durga Malladi, vice-presidente sénior da Qualcomm.

Os chips de inferência são usados quando um modelo de IA treinado executa cálculos em tempo real para produzir resultados, como responder perguntas ou gerar imagens. A Qualcomm promete que os seus chips vão ter uma “capacidade de memória superior para uma inferência de IA generativa mais rápida e uma performance superior em termos de dólar por watt”.

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Um dos elementos chave na proposta da Qualcomm para entrar num mercado ao qual chega muito mais tarde que a Nvidia, mas também mais tarde que as concorrentes AMD e Intel, está a eficiência energética. A empresa assegura que os seus chips vão ser altamente eficientes e diz que isso, a longo prazo, vai ter um impacto positivo nos custos de operação dos data centers.

O primeiro contrato para venda dos novos chips da Qualcomm já foi assinado. O cliente é a Humain, uma empresa de IA financiada pelo fundo soberano da Arábia Saudita, que vai usar os chips da fabricante norte-americana nos seus data centers já a partir de 2026.

Nos últimos meses, a corrida aos chips de IA tem continuado a acelerar. A construção de centros de dados para suportar processamento de tarefas de IA segue a todo o ritmo nos Estados Unidos e tem sido um dos grandes motes para novos anúncios nesta área, embora não o único.

No seu domínio tradicional, a Qualcomm também já tinha lançado chips preparados para os novos desafios da IA. Os modelos mais recentes foram revelados em setembro.

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