A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje três pessoas numa investigação de cibercrime e criminalidade económico-financeira relacionada com a faturação do grupo de restauração Chimarrão, revelou o órgão de polícia criminal.

Segundo um comunicado da PJ, a operação “Assinatura d’Ouro”, a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, cumpriu 25 mandados de busca domiciliárias e não domiciliárias.

Em causa poderão estar crimes de acesso ilegítimo, sabotagem informática, burla informática, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Através da obtenção do domínio informático do grupo, os detidos passaram a controlar “todo o sistema informático relacionado com a faturação, fazendo seu aquele que era o património pessoal do fundador e das empresas do grupo” de restauração.

A PJ acrescentou que os suspeitos se aproveitaram da “situação de vulnerabilidade das vítimas”, assumindo gradualmente o controlo das empresas do grupo e desviando “património avaliado em dezenas de milhões de euros”.

A operação decorreu no âmbito de um inquérito em curso no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e possibilitou a recolha de provas documentais e digitais, bem como a apreensão de imóveis, veículos de luxo, contas bancárias e participações em sociedades.

Os detidos vão ser presentes ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, para o primeiro interrogatório e aplicação das respetivas medidas de coação.

Em declarações, a PJ explica que houve uma faturação paralela através de sistema informático do Grupo Chimarrão. Quando o grupo criminoso percebeu que estava prestes a perder o controlo do seu acesso, acabou por entrar e sabotar o sistema para apagar os traços e evitar a investigação da polícia.