
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Joule, tal corresponderia a quase metade de todo o consumo de energia por data centers a nível mundial, excluindo os consumos ligados à mineração de Bitcoin. As exigências energéticas da IA podem mesmo ultrapassar as da mineração de Bitcoin até ao final do ano.
Em declarações à Wired, Alex de Vries-Gao, autor do estudo e fundador da Digiconomist, afirma que esta questão se tornou mais urgente nos últimos anos, devido à crescente adoção do ChatGPT, assim como de outros modelos de linguagem que usam grandes quantidades de energia.
O desenvolvimento da IA já está a ter um impacto nos objetivos climáticos das gigantes tecnológicas. Nos seus mais recentes relatórios de sustentabilidade, as empresas reconhecem que a IA é a principal responsável pelo aumento no seu consumo energético.
Ainda no mês passado, um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), revelou que os data centers correspondiam a 1,5% do uso global de energia em 2024, perto de 415 TWh e espera-se que este número continue a crescer. A IEA prevê que o consumo energético dos data centers aumente acima dos 900 TWh até ao final da década.
Nos últimos anos, o consumo de energia dos data centers cresceu quatro vezes mais depressa do que o consumo global. Como aponta a Wired, o investimento no sector quase duplicou desde 2022, impulsionado em grande parte por expansões nos centros de dados para dar resposta às exigências da IA.
Mas ainda existem muitas incertezas quanto ao verdadeiro “peso” da IA no consumo de energia por parte de data centers. Além disso, as grandes tecnológicas costumam manter essa informação em segredo. Para quantificar o impacto energético da IA, o estudo optou por uma abordagem que passa pela cadeia de fornecimento.
As elevadas exigências computacionais da IA criam um “bottleneck” natural na cadeia de fornecimento em torno do hardware, afirma Alex de Vries-Gao. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) é a maior produtora de componentes para estes sistemas. Empresas como a Nvidia recorrem à TSMC para a produção dos seus chips, com a produtora a prestar serviços também para a Google e AMD.
De acordo com os cálculos do especialista, sem um aumento significativo na capacidade de produção atual, a IA poderá consumir 82 TWh de eletricidade este ano, o equivalemte ao consumo anual de energia da Suíça. Se a capacidade de produção aumentar, seguindo as previsões dos analistas, as exigências energéticas podem crescer ao mesmo ritmo, representando quase metade de todo o consumo energético dos centros de dados até ao final do ano.
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