Em 2025, a “corrida” dos robots acelerou, sobretudo no que toca aos modelos humanoides. Ao longo dos últimos meses, várias fabricantes apresentaram as suas propostas, concebidas tanto para serem utilizadas em fábricas como nos lares, com robots de companhia e assistentes domésticos.
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Da Tesla à Figure AI, passando ainda pela Boston Dynamics, Apptronik, Unitree e LimX Dynamics, múltiplas empresas aproveitaram para demonstrar as proezas dos seus robots, seja a dançar, fazer acrobacias de parkour, a combater nos ringues, a fazer golpes de kung fu ou a arrumar a loiça.
Apesar do entusiasmo, surgem novas preocupações, incluindo receios relacionados com a substituição de trabalhadores e perda de postos de trabalho para humanos, ou com uma nova "bolha" no sector dos robots humanoides, com alertas vindos da China.
Mas uma coisa é certa: ao longo deste ano foram revelados vários modelos que não deixaram ninguém indiferente e, com 2026 a aproximar-se, aproveitamos para assinalar os que mais se destacaram, seja pela sua “inteligência” e capacidades, por serem adoráveis ou por terem um aspecto arrepiante.
Unitree R1 (Unitree Robotics)
A China tem vindo a apostar significativamente no desenvolvimento de robots humanoides e a Unitree é uma das tecnológicas que tem ganho destaque com modelos cujas acrobacias não deixam ninguém indiferente.
O modelo G1 “roubou” as atenções durante o Web Summit 2025 em Lisboa, mas, este ano, a fabricante revelou uma nova versão ainda mais ágil. O robot R1 é capaz de correr, dançar. fazer o pino e ainda dar uns quantos golpes de kung-fu com as mãos e com as pernas.
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Segundo a empresa, o robot consegue responder a comandos de voz e até manter uma conversa graças a um sistema de IA multimodal que, além de reconhecer vozes, processa elementos visuais captados pelas câmaras.
Com um preço de 5.900 dólares, o R1 é mais barato do que o G1, cujo preço ronda os 16 mil dólares, e é um modelo criado para developers, investigadores e instituições de ensino, mas também entusiastas de tecnologia com carteiras recheadas.
Vulcan (Amazon)
Reproduzir o sentido de tacto tem sido um dos grandes desafios no campo da robótica, mas este é um dos obstáculos ultrapassados pelo Vulcan. O robot, desenvolvido pela Amazon, consegue sentir o mundo à sua volta, usando o tacto para percorrer prateleiras, identificar produtos e escolher os artigos certos nos centros de distribuição da gigante do e-commerce.
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Graças a uma ferramenta especial na ponta do seu braço, acompanhada por um conjunto de sensores que dizem quanta pressão está a exercer, o Vulcan é capaz de retirar ou arrumar objetos dos compartimentos sem danificá-los. No futuro, a Amazon tenciona implementar o robot em centros de distribuição nos Estados Unidos e na Europa.
Ainda este ano, a empresa criou também uma nova equipa cuja missão passa por desenvolver agentes de IA para operações robóticas, com o objetivo de criar sistemas que permitam aos robots ouvir, compreender e realizar ações com base em interações de linguagem natural.
Optimus (Tesla)
Para o robot humanoide da Tesla, o ano foi de altos e baixos. Por um lado, a empresa de Elon Musk continuou a demonstrar as habilidades da mais recente versão, seja na pista de dança, com “moves” prontos para arrasar; a ajudar nas arrumações, ou até na passadeira vermelha para a estreia do filme Tron Ares, onde foi convidado de honra graças a uma parceria com a Disney.
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Por outro, incidentes como uma recente queda do Optimus num evento levantou novas dúvidas sobre o seu nível de autonomia. Num vídeo partilhado nas redes sociais é possível ver o robot a cair e a reagir de uma maneira estranha, levando muitos a acreditar que o modelo estava a ser controlado remotamente.
Apesar disso, a empresa quer lançar a terceira geração do Optimus no primeiro trimestre do próximo ano, num modelo que, segundo Elon Musk, será tão avançado que vai parecer “uma pessoa a vestir um fato de robot”.
IRON (Xpeng)
Mas a Tesla não é a única fabricante de carros elétricos a apostar nos robots humanoides. Em novembro, a Xpeng revelou a mais recente versão do robot humanoide IRON, numa demonstração que deu que falar e que levou muitos a questionar se realmente se tratava de uma máquina ou de uma pessoa disfarçada.
A empresa decidiu pôr tudo em pratos limpos para provar que o IRON não era humano e cortou a “pele” do robot para revelar os seus componentes internos.Momentos depois, o robot, que segundo a empresa se manteve ligado durante todo o processo, voltou a “desfilar” pelo palco, desta vez com o interior da perna exposto.
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A Xpeng afirma que a nova geração do robot tem movimentos mais realistas e fluidos, estando equipada com uma coluna e músculos artificiais, além de uma pele sintética flexível.
O seu “cérebro” conta com chips de IA desenvolvidos pela empresa, bem como um sistema de IA criado especialmente para robots. A fabricante quer dar início à produção em massa de robots IRON já no próximo ano, com foco em aplicações comerciais e industriais.
NEO (1X Technologies)
Os robots humanoides domésticos prometem ser uma das grandes tendências para os próximos anos e esta é uma área onde a 1X Technologies se quer destacar com o NEO. Ainda no início do ano, a empresa tinha apresentado o NEO Gamma, um modelo que funciona como uma mistura entre mordomo e empregado de limpeza, mas que também tem jeito para fazer unboxing de smartphones como se fosse um "influencer".
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Para a 1X o objetivo é que os seus robots consigam executar todas as tarefas domésticas que as pessoas fazem no quotidiano, como arrumar loiça na máquina de lavar ou dobrar roupa. Apesar disso, nesta fase ainda existem limitações, com algumas das funções a exigirem o controlo por parte de um humano.
A mais recente versão do NEO já está a ser comercializada por 20 mil dolares. A empresa também disponibiliza uma opção que permite "adotar" um NEO através de um serviço de subscrição, igualmente longe de ser barato, por 499 dólares por mês.
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Clone Alpha (Clone Robotics)
Se algumas empresas optam por dar um aspecto mais amigável aos seus robots domésticos, como o modelo apresentado pela Sunday Robotics, outras têm criações com “humanos sintéticos” cujo aspecto está entre o fascinante e o arrepiante, como o robot da Clone Robotics.
A startup tem a ambição de criar robots “iguais” a humanos e o seu Clone Alpha está equipado com uma arquitetura com sistema de órgãos sintéticos para funções esqueléticas, musculares, vasculares e nervosas.
De acordo com a Clone Robotics, o robot tem um esqueleto de polímero que imita a estrutura óssea humana, com 206 “imitações” de ossos ligados através de juntas articuladas com ligamentos artificiais.
No futuro, o modelo será capaz de, por exemplo, memorizar o layout da casa limpa ou o inventário da cozinha; preparar comida, pôr a mesa e lavar a loiça; ou até manter uma conversa com convidados, afirma a startup.
AI ME (TCL)
Depois de o demonstrar na CES no início do ano, a TCL levou o AI ME para a IFA 2025, onde “roubou” as atenções e os corações dos visitantes graças ao seu aspecto adorável e formato ternurento.
Este robot modular foi desenhado para funcionar como um pequeno companheiro inteligente para os mais novos. Com olhos expressivos e uma voz que soa quase como uma criança, o AI Me é capaz de conversar, brincar e até ler histórias quando chega a hora de dormir.
O robot, que ainda é um modelo conceptual, está equipado com câmaras e sensores que permitem captar fotografias e vídeos, reconhecer utilizadores e descrever o mundo que o rodeia.
BDX Droids (Disney)
Este ano, a Nvidia, a Disney Research e a Google DeepMind juntaram-se para criar um novo motor de física para simulações robóticas. A Disney será uma das primeiras a usar o Newton para acelerar o desenvolvimento de robots para entretenimento, como os BDX Droids.
O Blue é um destes robots e foi originalmente apresentado pela Disney Research em 2023. Com um aspecto que remete para a saga Star Wars, e até algumas parecenças com o protagonista robótico de WALL-E, o pequeno autómato ganhou mais vida com o novo motor de física.
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O Newton, que conta também com capacidades de personalização para experiências robóticas mais interativas, permitirá o desenvolvimento de robots mais expressivos, com capacidade de aprender a dominar tarefas complexas com maior precisão, afirma a Nvidia.
Reachy Mini (Hugging Face)
Ainda no mundo dos robots com aspecto mais amigável, o Reachy Mini foi desenvolvido pela plataforma de IA Hugging Face para aumentar a utilização das ferramentas de desenvolvimento.
O objetivo deste modelo, que se destaca pelo formato compacto, é que possa estar numa secretária ou na bancada da cozinha, sendo programado para a comunicação com os utilizadores de forma mais interativa.
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Com o Reachy Mini é possível aceder a milhares de modelos de IA pré-desenvolvidos, assim como criar novas aplicações usando Python. O robot está disponível em duas versões, uma standard, que chegará apenas no próximo ano, e outra lite, com um preço de 266 euros.
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