Com um espelho principal de 6,5 metros e uma variedade de instrumentos avançados, o James Webb afirma-se como o maior telescópio espacial de infravermelhos alguma vez construído, num investimento que, até ao ano de lançamento, rondava 10 mil mulhões de dólares.

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Mas o projeto daquele que é considerado como o sucessor do Hubble começou em 1996, na altura, como Next Generation Space Telescope. Aliás, só foi em 2002 que o telescópio ganhou o seu nome atual, em homenagem a James E. Webb, administrador da NASA entre 1961 e 1968.

20 anos depois, a construção do telescópio estava completa, com a NASA, a Agência Espacial Canadiana (CSA) e Europeia (ESA) a reunirem esforços. Mas, até à chegada ao Espaço, o James Webb ainda tinha de passar por um vasto conjunto de testes essenciais para validar a tecnologia integrada e o seu funcionamento.

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A NASA previa lançar o telescópio em 2018, mas uma série de atrasos e questões técnicas ditaram o sucessivo adiamento desse passo. Por exemplo, só em agosto de 2019 é que as equipas conseguiram completar a integração mecânica do telescópio, juntando as suas duas metades.

Em 2021, o telescópio espacial seguiu à “boleia” do foguetão europeu Ariane 5, num lançamento feito a partir da Guiana Francesa. Já em janeiro de 2022, o James Webb chegou ao seu destino no Espaço, na órbita do segundo ponto de Lagrange Sol-Terra, também conhecido como L2, a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra.

Recorde o lançamento do telescópio

As primeiras imagens oficiais foram reveladas a 12 de julho de 2022, para grande entusiasmo da comunidade científica. A primeira foto, apresentada numa conferência de imprensa na Casa Branca, mostra um cluster da galáxia SMACS 0723, numa imagem que “cobre um pedaço do céu aproximadamente do tamanho de um grão de areia à distância de um braço”, destacou Bill Nelson, na altura, administrador da NASA.

Supertelescópio James Webb já está a fotografar o universo mais profundo | Veja as primeiras imagens captadas
Supertelescópio James Webb já está a fotografar o universo mais profundo | Veja as primeiras imagens captadas A primeira fotografia captada pelo telescópio James Webb mostra um cluster da galáxia SMACS 0723, afirmando-se a como imagem de infravermelhos mais profunda e nítida do universo distante até à data. créditos: NASA/Webb

O primeiro conjunto de fotografias inclui ainda o exoplaneta WASP-96 b (bem como a sua atmosfera) captado pelo a uma distância de mil anos-luz; nebulosa planetária NGC 3132 a cerca de 2.500 anos-luz de distância; uma “dança cósmica” num agrupamento de cinco galáxias; e visão da nebulosa de Carina.

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Uma missão cósmica partilhada

Desde então, as imagens "colecionadas" pelo James Webb não deixam de nos fascinar, bem como as descobertas feitas sobre planetas e exoplanetas, galáxias, buracos negros e nebulosas e muitos mais fenómenos cósmicos. Na galeria que se segue pode recordar algumas das mais marcantes.

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Mas o James Webb não está sozinho e faz parte de um "ecossistema" mais alargado de telescópios e observatórios, tanto espaciais como terrestres, de nova geração. Recorde-se que, ainda este ano, o SPHEREx (Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer) da NASA seguiu rumo a uma missão espacial ambiciosa.

O mais recente telescópio da NASA tem como missão mapear toda a esfera celeste em 102 cores infravermelhas pela primeira vez na história da Humanidade e procurar pelos ingredientes da vida no nosso Universo.

Como explica a NASA, nos primeiros instantes após o Big Bang, o Universo expandiu-se de uma maneira exponencial e extremamente rápida. O fenómeno da expansão cósmica, que terá acontecido há quase 14 mil milhões de anos, deixou marcas na forma como as galáxias estão distribuídas.

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Ao mapear a distribuição de mais de 450 milhões de galáxias, o SPHEREx vai ajudar os cientistas a ganhar um melhor entendimento deste fenómeno cósmico extremo, explica a NASA. Em vez de analisar as diferentes galáxias individualmente, o telescópio vai medir todo o seu brilho combinado.

Durante a sua missão, o SPHEREx vai também procurar “ingredientes” essenciais à criação da vida, como moléculas de água e dióxido de carbono, nas nuvens de gás e poeira espacial onde nascem estrelas e planetas.

Ao James Webb e ao SphereX poderá juntar-se o telescópio Nancy Grace Roman. Apesar das preocupações levantadas pela proposta de orçamento da Administração Trump para a NASA, que previam o cancelamento da missão, o desenvolvimento do telescópio continua e, ainda em novembro, a agência espacial norte-americana anunciou que a construção estava completa.

Veja mais sobre o telescópio Nancy Grace Roman

A NASA avança que, após os testes finais, o telescópio Nancy Grace Roman será transportado para o Kennedy Space Center, na Flórida, com as preparações para o lançamento a começarem no verão de 2026. Se tudo correr como planeado, o telescópio será lançado para o Espaço em maio de 2027, mas há a possibilidade de acontecer mais cedo e as previsões mais otimistas apontam para o outono do próximo ano. 

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