
Em 2022, a missão Double Asteroid Redirection Test (DART) da NASA alcançou um novo marco na defesa planetária, conseguindo, pela primeira vez na História da humanidade, alterar a rota de um objeto celeste. O impacto contra o asteroide Dimorphos continua a ser estudado e, recentemente, foram revelados novos dados que refinam estimativas anteriores.
Durante este teste de defesa planetária, o pequeno satélite LICIACube, fornecido pela Agência Espacial Italiana (ASI) viajou atrás da DART com o objetivo de registar o derradeiro evento a uma distância segura de 55 quilómetros. Ao analisarem as imagens captadas pelo LICIACube, os cientistas da NASA e da Agência Espacial Italiana (ASI) chegaram a novas conclusões, recém-publicadas na revista científica Planetary Science Journal.
Os investigadores estimam que cerca de 16 milhões de quilogramas de poeira e rochas foram expelidos do asteroide após o impacto. Como realça a NASA, a análise vem refinar as estimativas anteriores, baseadas em observações a partir da Terra e do Espaço. Embora a quantidade de detritos libertada represente menos de 0,5% da massa total do asteroide, os investigadores indicam que 30 mil vezes superior à massa da sonda DART.
O impacto dos detritos na trajetória de Dimorphos foi dramático. A nuvem de fragmentos acabou por dar ao asteroide um “empurrão” ainda mais forte do que o choque direto com a própria sonda. “A nuvem de material expelida pelo asteroide foi como uma breve explosão de um motor de um foguetão”, explica Ramin Lolachi, investigador que liderou o estudo.
Segundo Dave Glenar, cientista que também participou na investigação, muitos asteroides próximos do nosso planeta podem ter uma estrutura semelhante à de Dimorphos. “Por isso, este impulso extra da nuvem de detritos é um fator crítico a ter em conta quando forem concebidas futuras sondas para desviar asteroides da Terra”, detalha.
A equipa de investigadores estudou uma série de 18 imagens captadas pelo LICIACube. As primeiras mostravam a aproximação frontal da sonda ao asteroide e, sob este ângulo, a nuvem de detritos estava mais intensamente iluminada pela luz direta do Sol. À medida que a deslizava para lá do asteroide, a sua câmara rodava para manter a nuvem no enquadramento.
Recorde as primeiras imagens captadas pelo LICIACube
Quando o LICIACube voltou a observar o asteroide, a luz solar atravessava a densa nuvem de detritos, fazendo com que o seu brilho diminuísse. De acordo com os cientistas, isto sugere que a nuvem era composta, sobretudo, por partículas de maiores dimensões, com cerca um milímetro ou mais de diâmetro.
Uma vez que as partes mais internas da nuvem eram tão densas, tornando-se completamente opacas, a equipa recorreu a modelos para estimar o número de partículas que ficaram ocultas. “Estimamos que este material oculto representava quase 45% da massa total da nuvem de detritos”, afirma Timothy Stubbs, investigador que participou no estudo.
Embora a missão tenha demonstrado que uma colisão a alta velocidade com uma sonda pode alterar a trajetória de um asteroide, os investigadores sublinham que diferentes tipos de asteroides podem responder de forma diferente a um impacto deste tipo.
“Sempre que interagimos com um asteroide, encontramos algo que nos surpreende, por isso ainda há muito trabalho pela frente”, acrescenta Timothy Stubbs. “Mas a DART representa um grande avanço para a defesa planetária”, realça.
Recorde-se que, dois anos depois da DART, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou a missão Hera para estudar de perto o resultado do impacto com o asteroide Dimorphos.
A missão faz parte de uma colaboração internacional entre a ESA e a NASA no âmbito do programa AIDA (Asteroid Impact and Deflection Assessment). O objetivo passa por validar o método de impacto cinético como estratégia para desviar asteroides que possam representar uma ameaça à Terra.
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