Mahmoud Tavakoli, diretor do Laboratório de Soft and Printed Microelectronics do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), acaba de assegurar uma bolsa de investigação de 2,8 milhões de euros do European Research Council (ERC). 

Em comunicado, a Universidade de Coimbra explica que a bolsa do ERC, válida para um período de cinco anos, vai ser vai ser aplicada no projeto “Liquid3D - Eletrónica de matéria macia (soft-matter) bioinspirada impressa em 3D com base em compostos de metal líquido: ecológico, resiliente, reciclável e reparável”.

O projeto está já em curso, tendo início este mês de janeiro, e tem como objetivo dar uma maior liberdade de design aos cientistas, permitindo a impressão de circuitos eletrónicos futuristas. "A ideia é fazer uma transição da eletrónica rígida, quebradiça, poluente e dependentes de bateria para a eletrónica macia, resiliente, reciclável e autoalimentada", detalha o investigador.

Investigador da Universidade de Coimbra ganha bolsa de 2,8 milhões de euros do European Research Council
Mahmoud Tavakoli, diretor do Laboratório de Soft and Printed Microelectronics do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). créditos: Cristina Pinto

De acordo com Mahmoud Tavakoli, o projeto "desenvolverá uma série de compósitos imprimíveis sem sinterização inovadores baseados em metais líquidos, a fim de imprimir células funcionais em 3D para deteção, atuação, processamento e armazenamento de energia que estão emaranhados num sistema distribuído e de modo tridimensional

"O mais impressionante sobre estes sistemas é que permitirão um novo nível de bioinspiração em dispositivos produzidos pelo homem, o que ainda não é possível", afirma Mahmoud Tavakoli.

"Os projetos ERC financiam ciência fundamental de alto risco e alto ganho. O meu objetivo é redefinir a eletrónica e a robótica", realça o investigador, acrescentando que prevê "uma mudança fundamental nos materiais usados na eletrónica e na robótica e na maneira como serão feitos".

"Estamos a falar sobre uma série de materiais macios e autorrecuperáveis que podem ser impressos juntos, e também algum nível de bioinspiração nunca antes visto", afirma. "Isso deve-se a uma variedade de novos materiais imprimíveis e tecnologias de impressão que permitiriam imprimir sensores, atuadores, baterias e circuitos eletrónicos lado a lado, semelhante ao que vemos na biologia".

O financiamento obtido vai permitir a implementação de três novos laboratórios na FCTUC: o Laboratório de Materiais Eletrónicos Impressos, para desenvolver novos materiais para a próxima geração de eletrónica e robótica; o Laboratório de Fabricação Digital, para criar e validar tecnologias para fabricação aditiva dos materiais desenvolvidos; e o Laboratório de Microciência e Caracterização, onde serão caracterizadas as propriedades elétricas, mecânicas e óticas dos materiais e sistemas produzidos .

A investigação tem sido desenvolvida com o apoio do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), Mahmoud Tavakoli a estar envolvido em diversos projetos nas áreas da eletrónica vestível, dispositivos eletrónicos flexíveis, produção de circuitos elásticos e têxteis eletrónicos para monitorização em saúde e biomarcadores digitais.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 10h53)

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