ROG Strix G815: Asus faz renascer a sua “besta” de gaming no melhor para quem procura performance em portátil

A Asus continua a acompanhar a evolução do hardware e sempre que as fabricantes de processadores ou GPUs introduzem novas gerações no mercado, isso reflete-se de imediato nos modelos. No caso do gaming, a Asus atualizou o ROG Strix G815 com as novas placas gráficas da Nvidia, tornando-se numa verdadeira “besta” a correr os jogos mais recentes. Esta é a máquina para quem procura as melhores performances de videojogos, mas prefere investir num modelo portátil, ou melhor transportável, do que numa torre de gaming. 

A experiência da fabricante foi colocada na mesa com a configuração deste modelo. Ter um computador equipado com uma Geforce RTX 5090 da Nvidia significa que mais de metade do orçamento vai para o GPU topo de gama. E uma placa RTX 5080, que tem uma diferença orçamental inferior que chega às centenas de euros, consegue oferecer uma performance bem semelhante. Foi exatamente esta a placa escolhida pela Asus para o seu modelo de gaming topo de gama, permitindo assim ter uma performance incrível, sem que a fatura seja (tão) elevada.

Veja as fotos do portátil Asus ROG Strix G815

E bastou ver como o mais recente DOOM: The Dark Ages “voava”, com a resolução no máximo e definições em Ultra para perceber a máquina escondida num chassis, que ainda assim “assoprava” as turbinas da refrigeração para o manter arrefecido. O processador Intel Core Ultra 9 275HX ajuda a processar todo este poderio gráfico, num novo desafio ao trabalho do motor da id Software. 

Design “monstruoso”

Chamar a este modelo um portátil de gaming é um favor. Prefiro chamar a este tipo de máquinas um transportável, afinal pesa uns bons 3,2 quilos, impossível de o carregar numa mochila por muito tempo. O ROG Strix G815 é um verdadeiro “monstro” em todos os sentidos, seja em tamanho e peso. Estamos a falar de um ecrã de 18 polegadas, colocando-se entre os maiores da sua categoria, embora tenha uma versão de 16 polegadas como opção.

Este modelo foi criado para que possa fazer upgrade a alguns componentes, nomeadamente o armazenamento interno, ventoinhas ou memórias. Para tal, a sua tampa inferior não está aparafusada, mas sim encaixada, para aceder facilmente ao seu interior. Basta clicar num botão e deslizar a tampa para a retirar rapidamente. 

O portátil tem diversas entradas de conectividade, começando pela sua ligação de energia na esquerda, acompanhado de cabo de rede, HDMI, USB-A 3.2 Gen2, duas USB-C e um jack 3,5 mm para ligar os auscultadores por fio. Do outro lado estão duas entradas USB-A, garantindo assim a ligação de comandos e outros periféricos que necessite para o gaming. 

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A área da base é igualmente enorme, permitindo assentar os pulsos confortavelmente, para jogadores que gostem de jogar com as teclas. Também o TrackPad tem dimensões generosas para poder deslizar facilmente o ponteiro do rato sem levantar o dedo. Um reparo para os cliques esquerdo e direito que estão englobados no próprio painel, pessoalmente preferia botões dedicados, uma vez que a área disponível assim o permite. 

O teclado retroiluminado, apresenta teclas em forma de chiclete, bem espaçadas e confortáveis, caso necessite de escrever. Tratando-se de um computador Copilot+, já tem a tecla dedicada para iniciar o assistente de inteligência artificial. No entanto, sendo um computador de gaming e com tanto espaço na base, esperava ver as teclas de cursor mais destacadas. Estas encontram-se amontoadas, ligando o teclado principal ao numérico, o que pode atrapalhar nos jogos que necessitem do cursor. 

Ainda no que diz respeito ao teclado, a Asus criou uma configuração de teclas de atalho para facilitar o acesso rápido ao som, mute do microfone, velocidade da ventoinha (silêncio, performance e Turbo) e ainda o atalho para o Armor Core, a aplicação da ROG para todas as definições de gaming.

Neste menu, como é habitual nos computadores de gaming da Asus, pode aceder a todas as estatísticas de performance do processador, do GPU, o estado das memórias e a velocidade das ventoinhas de refrigeração. Mas também pode configurar diferentes aspetos do sistema, desde a iluminação Aura Sync, a criação de wallpapers através de IA. Se precisar de macros para os jogos também pode criar.  

Performance de topo e os jogos ganham vida

O ROG Strix G815 é, sem dúvida, um dos computadores de gaming mais potentes disponíveis no mercado. O processador de topo da Intel e o GPU RTX 5080 são um combo capaz de enfrentar todos os jogos disponíveis no mercado, e os que estão para vir, acedendo às configurações mais elevadas das opções, incluindo efeitos de Ray Tracing e HDR. Junte-se os 32 GB de RAM disponíveis nesta unidade para teste e os jogos mais recentes correram com os detalhes no máximo. Além do referido DOOM: The Dark Ages, também testei The Alters, Monster Hunter Wilds ou o recém-lançado Dune Awakening com elevado detalhe, mais importante, com performance sempre acima dos 60 FPS, o mínimo para os meus padrões de jogo.

Mas é o ecrã a grande estrela desta configuração. Não é todos os dias que testamos um “portátil” de 18 polegadas com uma resolução de 2,5K com uma taxa de refrescamento de 240 Hz, mantendo as imagens sempre rápidas. Poderia ter um tempo de resposta melhor, neste caso a 3 ms, quando os padrões atuais são de cerca de 1 ms. O ecrã tem 500 nits de brilho e é realmente brilhante, oferecendo imagens “cristalinas” no detalhe dos jogos. 

Verifique a experiência no vídeo

Mais importante, quando usado perto de uma janela, com interferência do Sol, o painel consegue absorver grande parte dos reflexos intrusivos, o que é muito bom para jogar sem distrações. A fabricante explica que adicionou uma nova película de duas camadas para reduzir o brilho, que lhe chamou de Ambiente Contrast Ratio (ACR), aumentando ainda o contraste nas imagens. 

O ecrã tem um rácio de 16:10, um formato bastante usado no gaming atualmente. E para os profissionais de design ou vídeo que utilizem este modelo nos projetos podem contar com cobertura 100% da palete de cores DCI-P3 e certificação Pantone. Outros mimos passam pelo suporte a Dolby Vision e G-Sync da Nvidia. O portátil tem iluminação Aura em toda área do chassis, refletindo a ação sincronizada com as luzes, caso o deseje. 

Quando se ligam as turbinas… 

O aquecimento continua a ser o inimigo número dos computadores portáteis de gaming e este modelo não é exceção. A Asus colocou todas as aberturas de exaustão na parte traseira da dobradiça, afastando dessa forma o ar quente das mãos dos jogadores, evitando a transpiração que faz os dedos escorregarem. O sistema tem um conjunto de três ventoinhas e metal líquido para conduzir o calor do processador e GPU. Tudo isto faz com que o portátil aqueça menos, mas ainda assim não evita que a sua base, perto do ecrã aqueça. Aliás, basta colocar a mão na base mesmo sem correr um jogo para sentir o calor que se adivinha nas sessões prolongadas. 

O segundo flagelo de um portátil de gaming é o barulho das ventoinhas. E mais uma vez, este modelo parece que vai levantar voo quando se ligam as “turbinas” nos jogos mais exigentes. É um compromisso que se tem de ter com este tipo de configurações, que pode ser perfeitamente abafado quando tem auscultadores e está imergido na ação, mas quem está em redor certamente não vai achar piada ao barulho debitado. Mesmo no modo “silencioso”, este nunca é verdadeiramente silencioso, além de que a performance dos jogos cai. 

Por outro lado, a qualidade de áudio do computador é excelente, muito devido ao sistema Dolby Atmos e o canal de som virtual surround que simula, em formato 5.1.2. Tem um sistema bidirecional de cancelamento de ruído através de inteligência artificial, para que mantenha as comunicações mais claras durante os embates. 

Continuo a dizer que baterias e computadores de gaming não combinam. Quem opta por jogar num portátil pretende manter a performance de topo, algo que sem energia não funciona. Basta estar a jogar, desligar a energia e ver os FPS a cairem para níveis injogáveis. Não há bateria que aguente uma configuração de hardware deste nível sem que seja “derretida” em poucos minutos. Mas obviamente, se for para fazer tarefas básicas, como navegar na internet ou reproduzir vídeo, a bateria de 90 Wh poderá durar cerca de um dia. A fabricante salienta que pode carregar via USB-C a 100 W, caso necessite de carregar com um power bank em emergência. 

De destacar que este portátil tem todas as tecnologias mais recentes de conectividade, como o suporte a Wi-Fi 7, aumentando a velocidade de transferência. As portas USB são também Thunderbolt 5, para que as transferências por cabo sejam igualmente elevadas.  

No final do dia, este Asus ROG Strix G815 é um computador de sonho para quem procura um formato portátil para gaming de alta performance. Os componentes escolhidos não enganam, trata-se de um PC “overkill” para os jogos atuais e um investimento sólido para os próximos anos. No entanto, terá de pensar bem no orçamento, porque estamos a falar de uma máquina que tem um preço de 3.600 euros.