A equipa é composta por Filipe Altoe, doutorando em Engenharia Informática e de Computadores; Sérgio Pinto, mestrando em Engenharia Informática e de Computadores; e Sofia Pinto, docente do Técnico e investigadora no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento em Lisboa (INESC-ID).

De acordo com o estudo “Explainable Automatic Fact-Checking for Journalists Augmentation in the Wild”, o sistema executa automaticamente todos os passos de verificação de factos que eram feitos manualmente por jornalistas profissionais, precisando apenas da identificação do enunciado a provar.

Os utilizadores têm acesso a todos os passos que foram tomados pelo sistema no processo de verificação de factos, assim como às fontes usadas e a um veredito baseado nelas, acompanhado por um artigo de explicação das razões que levaram à sua atribuição.

O trabalho envolveu um estudo de utilizador onde participaram mais de uma centena de jornalistas profissionais, com o objetivo de validar o funcionamento do modelo e verificar a qualidade das explicações geradas.

Estudantes do Técnico criam modelo da IA para acelerar verificação de factos
Estudantes do Técnico criam modelo da IA para acelerar verificação de factos Equipa responsável pelo estudo créditos: IST

Citado em comunicado, Filipe Altoe explica que “o sistema foi feito de forma a aumentar a capacidade dos jornalistas profissionais [e] não para substituí-los”, com o objetivo de “acelerar o processo de fact-checking”.

O processo manual de verificação de factos pode demorar dias e permitir a disseminação viral de conteúdo falso que, agora, pode “ser executado em 10 minutos”, realça o principal autor do estudo.

Para Filipe Altoe, o sistema desenvolvido afirma-se como “uma ferramenta importante na luta contra fake news, podendo reduzir a viralidade daquelas que se espalham por vários dias sem contestação”.

A equipa vai apresentar a sua investigação na International Joint Conference on Artificial Intelligence (IJCAI), em Montreal, que decorre até ao dia 22 de agosto. O estudo é um de apenas 11 trabalhos a nível mundial que foram selecionados para serem apresentados na conferência .

“Pensámos que o nosso trabalho poderia ser uma contribuição importante para o problema das fake news, que consideramos um dos mais sérios na nossa sociedade moderna, ter a validação a este nível confirma esse pensamento”, afirma Filipe Altoe.