A China revelou um plano para se tornar líder mundial em ciências espaciais até 2050, aproveitando o seu progresso na exploração do Espaço, que inclui já a construção de uma estação espacial e trazer rochas da Lua.

"A investigação em ciências espaciais do nosso país está ainda numa fase inicial", afirmou Ding Chibiao, vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências, o principal instituto científico do país, em conferência de imprensa.

Publicado conjuntamente com a Administração Espacial Nacional da China e o Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada da China, o plano visa realizar feitos marcantes "com uma influência internacional significativa", que impulsionem avanços na inovação e transformem a China numa potência no estudo do espaço.

O Plano Nacional de Médio e Longo Prazo para o Desenvolvimento das Ciências Espaciais (2024-2050) está dividido em três fases e prevê que a China realize entre cinco e oito missões científicas até 2027, com o objetivo de fazer descobertas significativas no domínio da astronomia de alta energia e da exploração de Marte e da Lua.

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Entre 2028 e 2035, vão ser realizadas 15 missões, incluindo algumas de especial relevância, na procura de planetas habitáveis e no estudo das ondas gravitacionais.

Na fase 2036-2050, o país aspira a realizar mais de 30 missões espaciais, com o objetivo de fazer progressos em domínios como a origem do universo e a exploração tripulada.

Entre as áreas prioritárias do plano está a investigação sobre a origem e a evolução do cosmos, o estudo das ondas gravitacionais para explorar fenómenos como a formação de buracos negros e a natureza do espaço-tempo e a ligação Sol-Terra, centrada na análise do impacto da atividade solar no clima espacial e na tecnologia da Terra.

Será dada ainda prioridade à procura de planetas habitáveis dentro e fora do sistema solar, investigando o seu potencial para albergar vida.

Além de colocar em órbita uma estação espacial, a China já aterrou uma sonda em Marte. O seu objetivo é colocar uma pessoa na Lua antes de 2030, o que faria da China a segunda nação a fazê-lo, depois dos Estados Unidos. O país também planeia construir uma estação de investigação na Lua.

Rússia vai lançar 34 foguetões para construir nova estação espacial

A Rússia vai lançar 34 foguetões entre 2027 e 2033 para construir a sua nova estação espacial, anunciou esta segunda-feira o diretor-geral do projeto, Vladímir Kozhévnikov.

Segundo Kozhévnikov, o primeiro voo tripulado para a nova estação orbital será em 2028 numa nova nave, que substituirá a Soyuz, com a qual a Rússia transporta atualmente cosmonautas para a Estação Espacial Internacional.

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Durante a primeira etapa da construção da estação espacial russa, que se prolongará até 2030, será lançado um módulo base, ao qual se vão juntar dois módulos especializados nos três anos seguintes. A agência espacial russa (Roscosmos) estima que o projeto custará cerca de seis mil milhões de euros.

De acordo com o diretor-geral da Roscosmos, Yuri Borísov, a nova estação espacial estará aberta à cooperação internacional e a sua arquitetura permitirá, inclusive, a incorporação de módulos de outros países.

No ano passado, a Rússia anunciou que estenderá até 2028 a sua participação na Estação Espacial Internacional, a "casa" e laboratório dos astronautas na órbita terrestre. Em contrapartida, Europa, Estados Unidos e Japão já manifestaram a intenção de manter a atividade na estação até 2030.

A Estação Espacial Internacional, que resulta da cooperação entre Estados Unidos, Europa, Rússia, Canadá e Japão, sucedeu à Mir, estação orbital russa que operou na órbita baixa da Terra entre 1986 e 2001.