
Segundo os cientistas, que partilharam as suas conclusões num novo estudo publicado na revista científica Physics of the Earth and Planetary Interiors, a dimensão desta região, conhecida como Anomalia do Atlântico sul, aumentou para quase metade do tamanho da Europa.
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Identificada pela primeira vez no século XIX, a Anomalia do Atlântico Sul é uma zona de grande interesse para a segurança espacial. Como explica a ESA, os satélites que sobrevoam esta zona são expostos a níveis de radiação mais elevados, o que pode causar avarias, danos em componentes críticas ou falhas temporárias no seu funcionamento.
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De acordo com o estudo, à medida que a anomalia se expandiu ao longo dos últimos 11 anos, uma região do Atlântico, a sudoeste do continente africano, registou um enfraquecimento ainda mais rápido do campo magnético desde 2020.
Citado em comunicado, Chris Finlay, investigador na Universidade Técnica da Dinamarca, afirma que “a Anomalia do Atlântico sul não é uma estrutura uniforme”, acrescentando que há algo a acontecer nesta região que está a causar um enfraquecimento mais intenso no campo magnético.
O fenómeno está relacionado com padrões anómalos no campo magnético na fronteira entre o núcleo líquido e o manto rochoso da Terra. Segundo Chris Finlay, tipicamente, seria esperado ver as linhas do campo magnético a sair do núcleo no hemisfério sul. No entanto, sob a Anomalia do Atlântico sul, é possível observar áreas em que o campo magnético regressa ao núcleo em vez de sair.
“Graças aos dados dos satélites Swarm, conseguimos ver uma destas áreas a deslocar-se para oeste, sobre a África, contribuindo para um enfraquecimento nesta zona do campo magnético”, detalha o investigador.
Os resultados da análise destacam o quão dinâmico o campo magnético da Terra pode ser. Se no hemisfério sul existe um ponto onde o campo é mais forte, no hemisfério norte existem dois pontos, um sobre o Canadá e outro sobre a Sibéria.
As observações feitas através dos satélites Swarm permitiram verificar que, desde 2013, o campo magnético tem se tornado mais forte sobre a Sibéria e mais fraco sobre o Canadá. A região sobre o Canadá diminuiu o equivalente a 0,65% da área da Terra. Já a zona sobre a Sibéria cresceu cerca de 0,42%.
O fenómeno, causado por processos complexos no núcleo da Terra, está ligado ao movimento do polo magnético norte em direção à Sibéria nos últimos anos, impactando diretamente questões como a navegação.
A ESA destaca que o mais recente modelo do campo magnético da Terra gerado através dos dados dos Swarm representa um novo marco para os satélites, que contam com o mais longo registo de medições contínuas obtidas a partir do Espaço. Os satélites foram lançados a 22 de novembro de 2013, na quarta parte da missão Earth Explorer, afirmando-se como um dos componentes-chave do programa FutureEO.

“Os satélites estão ‘saudáveis’ e continuam a fornecer dados de grande qualidade, motivo pelo qual esperamos prolongar as operações até depois de 2030, quando o período de menor atividade solar oferecerá oportunidades únicas de observação”, realça Anja Strømme, gestora da missão Swarm na ESA.
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