Começam a chegar ao mercado as consolas portáteis de PC de segunda geração e a ROG Xbox Ally é a primeira amostra de como estes modelos começam a aproximar-se da performance ideal para jogar neste formato. O Steam Deck foi a primeira consola a traduzir o conceito iniciado pela Nintendo Switch, e anos depois, vemos as principais fabricantes a desenhar modelos capazes de abraçar as mais recentes inovações de hardware. A Asus decidiu adiar a ROG Ally 2 para abraçar o projeto com a Microsoft de tornar a Xbox portátil uma realidade. Mas no fundo, parece ser apenas uma questão de nome, a ROG Xbox Ally é de facto a segunda geração da ROG Ally.

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O TEK Notícias já anda a testar a consola (versão vitaminada X) há alguns dias e em véspera do lançamento no mercado, pode confirmar que existe um grande salto em relação aos modelos de primeira geração. A Asus já tinha feito algumas alterações ao primeiro modelo com a ROG Ally X, mas a parceria com a Xbox foi mais longe, com um principal foco na experiência do utilizador. Ou seja, tentar colmatar a principal queixa dos utilizadores: o Windows 11 em versão portátil não funciona, devido aos seus ícones de menus minúsculos na interação com o toque do dedo. E também pelos recursos que são consumidos em fundo, que diminuem a performance naquilo que interessa: o gaming.

Veja na galeria imagens da Rog Xbox Ally:

Diria que esta nova ROG Xbox Ally X é composta por três pilares essenciais que a tornam uma consola Xbox portátil. A primeira é a construção de uma interface agregadora, capaz de reunir todas as plataformas de jogos de PC (Xbox Game, Steam, GOG, Ubisoft Connect, Battle.net, Epic Games, etc.). A segunda é a óbvia atualização de hardware, com a segunda geração do poderoso chip AMD Ryzen Z2, mais memória, armazenamento interno e bateria. O terceiro ponto é a tradução da ergonomia do comando oficial da Xbox adaptado à consola, num trabalho semelhante ao que a Sony fez com a sua Portal, onde adaptou o DualSense a um ecrã portátil.

São estes três elementos que, avaliando as primeiras horas com a consola, transformam a experiência de Xbox em modo portátil mais agradável que anteriores versões das portáteis. Até à data, pelo menos, até à chegada da Legion Go 2, esta é a consola portátil mais poderosa no mercado.

A nova interface é muito bem-vinda

Ainda é cedo para fazer uma avaliação final da consola, sobretudo a necessidade de fazer mais testes à sua autonomia. Mas é possível destacar o trabalho que foi feito à interface e a performance com os primeiros jogos testados. O que a Microsoft fez não foi eliminar obviamente o Windows 11, este permanece sempre presente, podendo ser facilmente acedido, pois no fundo, este é um computador que pode ser utilizado de forma convencional.

Rog Xbox Ally - Fotos
Rog Xbox Ally - Fotos

A nova interface faz toda a diferença, obviamente inspirado no Big Picture do Steam, uma interface desenhada para uma experiência de consola, cuja interação é feita com o comando. A interface foi criada para que possa estar permanentemente ativa quando se liga ou se acorda a consola, nunca passando pelo Windows 11. Ou seja, se a função do equipamento for apenas para jogar, se quiser nunca vai ver um ponteiro do rato ou ícones espalhados num wallpaper, embora estes estejam sempre lá caso necessite.

E mesmo a navegação no Windows 11, vai ver que tal como a Microsoft prometeu, tudo aquilo que esteja a mais para o ambiente de gaming desapareceu do ambiente do trabalho. Ainda assim tem disponível as aplicações do Office, como o Word ou Excel que também poderiam ter sido dispensados. Pode navegar na internet pelo Edge, mas obviamente pode instalar outros browsers ou qualquer outra aplicação de PC.

O botão dedicado Xbox é o centro da experiência de navegação e se optar por usar em ecrã completo, o sistema sugere uma reiniciação do sistema para eliminar qualquer tarefa intrusiva a correr de fundo e dessa forma melhorar a performance. Será preciso arrastar o ecrã para cima e comutar com a visão do Windows, caso queira regressar ao ambiente de trabalho.

Veja na galeria fotos da consola:

Ao premir o botão Xbox puxa a camada Home para cima, sem interromper o que está a fazer no momento, seja a jogar ou explorar os menus. Aqui vai ter acesso a opções rápidas, desde a lista de amigos, opções de volume, captura de imagem, diagnóstico da consola, entre outras definições. Mas é aqui que vai também ativar as plataformas de jogos que tem instalado, como o Steam, dando acesso à respetiva aplicação. No entanto, todos os jogos instalados, independentemente do local, estão listados na Home, dando acesso a diversas opções.

Rog Xbox Ally - Fotos
Rog Xbox Ally - Fotos

A experiência a navegar neste menu é muito boa. É leve e rápido, sendo também simples e intuitiva de utilizar. E era exatamente aquilo que fazia falta numa consola portátil de PC, que até aqui tinha sido assumida pelas próprias fabricantes. Por exemplo, o Armoury Crate da Asus ou a experiência da Lenovo. Neste caso, a interface da Asus resume-se numa primeira camada às ferramentas e definições da própria consola, tal como a potência de operação, desde o modo Silencioso a 13 W, o Desempenho a 17 W ou o Turbo a 25 W (modo que aconselhamos a ter a consola ligada à corrente para não derreter rapidamente a bateria). Pode gerir os FPS da imagem, a resolução (entre 720p e 1080p), entre outras opções rápidas.

Mas pode entrar na experiência completa do Armoury Crate e aqui ter acesso às listas de jogos, mas outras definições da consola, nomeadamente a configuração do Aura Sync, que é a iluminação dos anéis luminosos de LED em torno dos analógicos. Uma opção permite mudar a temperatura da cor com diversas pré-definições mediante o género de jogo, como corridas, FPS, jogos cinematográficos, etc. Pode calibrar os analógicos, o giroscópio, gatilhos, o áudio, entre outras opções.

A consola tem ainda os habituais botões de Start e menu típicos de um comando Xbox, mas outro que dá atalho à biblioteca de jogos. Esteja a fazer o que fizer, a navegar pela internet no browser ou no Windows 11, premindo este botão abre de imediato a biblioteca de jogos instalados, prontos a serem executados no seu ecrã de sete polegadas.

Performance dos jogos superior

Considerando a melhoria óbvia do hardware, no qual se juntam uma bateria de maior capacidade (80 Wh) e mais memória 24 GB de RAM. Seria normal um aumento de prestação de jogos superior que a geração anterior da ROG Ally. Foi instalando alguns dos títulos mais recentes que chegaram ao mercado e todos eles correram decentemente, entre os 30 e 40 FPS. Desde o Mafia: The Old Country que é um jogo apontado como mal otimizado no geral e portou-se muito bem com 40 FPS. O Cronos: The New Dawn, um jogo de terror e ação na terceira pessoa, teve uma prestação igualmente decente. O Blue Protocol: Star Resonance que acaba de chegar, igualmente soberbo, um MMO free to play que funciona muito bem em formato portátil.

Rog Xbox Ally
Rog Xbox Ally

Obviamente que a consola portátil é a casa ideal para jogos mais simples e indie, aqui nada a apontar. Deep Rock Galactic: Survivor voa nesta plataforma e Shinobi: Art of Vengeance é o exemplo de algumas das melhores experiências que se pode ter em modo portátil, sentado num sofá ou esplanada na rua. Ainda experimentei a demo do Skate Story e mais uma vez, a consola esteve ao nível.

Penso que esta consola conjuga o melhor que é feito em termos de hardware e software, ganhando ainda pela experiência da Asus em criar produtos de gaming em diversos formatos na sua linha ROG, desde os smartphones aos tablets, a fabricante nunca deixa os seus créditos em mãos alheias. Mesmo que nem sempre consiga resultados satisfatórios na primeira geração de um novo produto. Lembro que na primeira ROG Ally dava para fritar um ovo no seu ecrã, tal a temperatura atingida. Não é que esta consola não aqueça também, mas pelo menos não incomoda nas mãos.

Veja o vídeo:

Deixaremos para mais tarde um veredito final, mas para já, as impressões deste primeiro contacto com a portátil Xbox são bastante promissoras. O acesso fácil às bibliotecas de jogos, as funcionalidades típicas do Game Pass e Play Anywhere da Xbox, numa interface agregadora simples e útil. Mas também a performance geral dos jogos que experimentamos. Falta testar mais a fundo a autonomia da bateria e algumas das funcionalidades do Windows Copilot ao serviço da consola.

A nova consola tem um preço de 899,99 euros, se optar pela versão “vitaminada” Xbox ROG Ally X, ou 599,99 euros pelo modelo standard. As diferenças de preço são claras no que diz respeito à capacidade da bateria, a memória RAM e armazenamento interno, e claro, o processador. Diferenças que recordam as ofertas Xbox Series X da S, nas consolas de sala da Microsoft.

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