É pelo terceiro ano consecutivo que a romaria pop da Comic Con abre portas na Exponor para receber milhares de aficionados.

O espaço, que tem sido palco do evento desde a sua primeira edição em Portugal, está repleto de simbologias que os visitantes conhecem e interpretam como a palma das suas próprias mãos. Filmes, séries, videojogos, animes e bandas desenhadas cruzam-se aqui para materializar uma experiência que desde 2014 aterra anualmente em Portugal e não só aproxima os maiores fãs uns dos outros como lhes dá a oportunidade de conhecer as estrelas que dão corpo às suas personagens preferidas.

Nesta edição, a convenção tem mais um dia do que nos anos anteriores, uma decisão que surge no sentido de aproximar a versão portuguesa àquilo que é possível encontrar fora de portas. Em 2015, a Comic Con Portugal recebeu cerca de 54 mil visitantes e este ano tem todas as condições para fazer esse número crescer.

Uma das razões tem mesmo a ver com o "cartaz" porque o evento conta com a participação de mais de 200 convidados. Um grupo grande, mas de onde se destacam caras e nomes bem conhecidos como Jason Isaacs e Katie Leung (Lucius Malfoy e Cho Chang em Harry Potter), Cobie Smulders (Robin Scherbatsky em How I Met Your Mother) e Junichi Masuda e Shigeru Ohmori, criadores dos videojogos de Pokémon. "É provavelmente a única oportunidade que vou ter para o ver e isso já vale o preço do bilhete", dizia-nos uma das visitantes, lisboeta, que viajou até à Exponor só para ver Jason Isaacs que vai estar presente na Comic Con este sábado.

Mas para além dos conhecidos, há um outro fenómeno pelo qual a convenção é internacionalmente conhecida. Chama-se cosplay, move milhões em todo o mundo e Portugal não é excepção. Seja de Tartaruga Ninja, Harley Quinn, Ezio Auditore, Negan, Sailor Moon ou Stormtrooper, nenhum destes disfarces deixa pormenores ao acaso e o investimento necessário para deixar tudo nos "trincos" não é pouco. Jefferson Soares, que há pouco mais de quatro anos decidiu comprar uma armadura de Stormtrooper para se vestir a perceito por altura destes eventos, admite, "foi preciso juntar durante algum tempo". Jefferson não revelou quanto pagou para ficar igual a um soldado do Império Galático de Star Wars, mas não é preciso pesquisarmos durante muito tempo para perceber que um fato igual ao deste visitante pode chegar aos 900 dólares. Quem o gasta alega "paixão", "auto-expresão" e "uma afetividade difícil de compreender pelas personagens que representam". "No fundo, é quem somos ou quem queremos ser", afirmou uma das cosplayers.

Num evento que junta as várias expressões da cultura pop, que por sua vez reúnem cada vez mais adeptos e recursos para produzir mais e melhor, a receita para o sucesso da iniciativa fica dada. Na Exponor há gamers mais novos, jogadores mais velhos, loucos por banda desenhada e fãs de Harry Potter que só querem "conhecer o pai do Malfoy". Há pessoas que investem poupanças em máscaras e outras que vão pelo colecionismo da memorabilia que por estas bandas se vende. Há de tudo para todos os gostos, mas, ao contrário do que é costume, aqui, percebem-se todos uns aos outros.