Para muitos em isolamento social e em quarentena em todo o mundo devido à COVID-19, a aplicação Houseparty tornou-se o escape ideal ao permitir fazer videochamadas com um grupo de até oito pessoas e jogar ao mesmo tempo. No entanto, a aplicação está desde ontem associada a um alerta de um ataque de hackers que se tornou viral nas redes sociais, apesar de já ter garantido que está a investigar aquelas que diz serem "indicações de que os recentes rumores sobre hackers terem sido espalhados por uma campanha comercial de difamação paga para prejudicar a app". O primeiro a provar isso mesmo tem uma recompensa "milionária" por parte da Houseparty: um milhão de dólares.

Conversar e jogar com os seus amigos. Com a app Houseparty é possível fazer a "festa" em casa
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No inicio da tarde desta segunda começaram a multiplicar-se as acusações à aplicação que o próprio SAPO TeK já tinha dado a conhecer. "Recomendo a todos que apaguem a app Houseparty" e "a minha conta do Spotify foi hackeada depois de instalar a app" foram algumas das partilhas de utilizadores que invadiram o Twitter.

Não surgindo de uma instituição ou de um empresa específica, os internautas começaram a culpar a aplicação pelos alertas de segurança que estavam a receber de serviços como a Netflix, Spotify, Instagram e PayPal. A teoria é que os problemas, que terão levado também à eliminação de várias contas, começaram a surgir depois da instalação da Houseparty e, por isso, a app será a culpada.

A Houseparty já veio garantir no Twitter que está a investigar "indicações de que os recentes rumores sobre hackers foram espalhados por uma campanha comercial de difamação paga para prejudicar a app". A aplicação está agora a oferecer um milhão de dólares para a primeira pessoa que provar isso mesmo.

Já na segunda-feira a aplicação garantia que “todas as contas estão seguras, o serviço é seguro, nunca foi comprometido, e não guarda palavras-passe para outros sites”. Ainda assim, a verdade é que parece que o pânico se instalou nas redes sociais.

Especialistas não encontram evidência de ataques

A Forbes conversou com Lukas Stefanko, especialista da empresa de antivírus e de soluções de cibersegurança ESET, que garante não ter detetado "nenhum uso indevido em relação às permissões pela app". Também Luís Martins, responsável de cibersegurança na Multicert, explicou ao Público que “não foi encontrada qualquer evidência que a aplicação possa fazer uso indevido das permissões que lhe são dadas no processo de instalação”. Isto depois de uma análise rápida à aplicação feita pela equipa de testes de intrusão da empresa.

Importa salientar que, a partir do momento em que transfere a aplicação, a Houseparty tem acesso a serviços como a localização, Bluetooth, câmara do utilizador (necessário para fazer chamadas) e contactos. Por isso, é "preciso ter atenção ao tipo de informação [que exigem]”, alerta Luís Martins.