É verdade que ainda teremos de esperar uns quantos anos até o aparecimento de videojogos totalmente gerados por Inteligência Artificial. No entanto, AI Dungeon 2 é já um passo nessa direção. No jogo, o utilizador embarca numa aventura à base de texto, o qual é gerado por uma IA. Embora o seu aspecto possa parecer um pouco "primitivo", as possibilidades são quase infinitas: poderá tanto ser um ogre numa banda de criaturas místicas em digressão num estanho reino, como um rei numa nação distante ou até mesmo um ser humano no nosso mundo. O limite é a imaginação de quem o joga.

O projeto criado por Nick Walton, um engenheiro na área do software, vai, como o seu título indica, na sua segunda versão. Por trás do jogo está um sistema open source de criação de texto desenvolvido pela OpenAI. Tal como indica Walton, numa página dedicada ao seu projeto, a IA foi "forçada" a aprender uma série de textos com origem no website Choose Your Own Adventure, de forma a poder ter uma base suficientemente abrangente de possíveis cenários e situações.

Em AI Dungeon 2, o utilizador pode escolher o seu tipo de universo preferido de uma lista de cinco possibilidades, nas quais se incluem opções mais direcionadas para os fãs da fantasia ou de mistério, assim como uma para quem prefere ambientes mais apocalípticos.  Ainda antes de começar a jogar terá de escolher também uma personagem e dar-lhe um nome. As decisões tomadas pelo jogador farão com que a IA apresente um determinado contexto.

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Para progredir na sua aventura, o jogador terá de interagir com a IA através de um conjunto de "ordens" específicas, as quais são apresentadas logo no início do jogo. Por exemplo, se quiser que a sua personagem diga qualquer coisa, terá de escrever "Say" seguido de aquilo que quer dizer entre aspas. Caso a memória falhe enquanto está a jogar e já não se lembre dos comandos, sempre pode pedir ajuda escrevendo "Help".

De acordo com o seu criador, o projeto AI Dungeon está em constante desenvolvimento e, por isso, pode apresentar algumas falhas. No entanto, Nick Walton afirma que esta não deixa de ser uma "demonstração notável" das capacidades da IA de gerar histórias, para além de ser um "considerável avanço" na tecnologia. Se, por acaso, ao tentar jogar, se deparar com alguma falha que o impede de avançar, pode aproveitar para ganhar inspiração lendo algumas das criações de outros jogadores, explorando-as no Twitter ou até na própria página no projeto.