A Samsung foi a primeira a sair da linha de partida com o Galaxy S25 Edge, que chegou ao mercado em maio, e, desde então, várias marcas juntaram-se à “corrida” dos smartphones ultrafinos. Além da fabricante sul-coreana, a Apple tem vindo a ganhar destaque (por bons e maus motivos) com o seu iPhone Air.

A Motorola também quer deixar o seu cunho no segmento dos smartphones “slim” com o Edge 70, que promete fazer frente às propostas das duas gigantes tecnológicas em três áreas-chave: bateria, câmaras e preço. Mas será que o primeiro ultrafino da Motorola aguenta a “pedalada” do dia a dia?

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Com uma espessura de 5,99 mm, o Edge 70 fica ligeiramente acima do Galaxy S25 Edge da Samsung (5,8 mm) e do iPhone 17 Air da Apple (5,6 mm). Apesar disso, com 159 g, consegue ser um pouco mais leve do que os dois modelos, que pesam 163 g e 165 g, respetivamente).

Ainda a título de comparação no design, a Motorola segue uma linha semelhante à da Samsung, apostando também num modelo com um formato mais retangular, com o modelo da Apple a destacar-se pela inclusão de cantos muito mais arredondados.

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A versão do Edge 70 que experimentámos, na cor PANTONE Gadget Gray, conta com um visual sóbrio, mas moderno, em tons de cinza pautados por pequenos detalhes a azul escuro, como aqueles que podemos encontrar em torno das câmaras.

Logo no primeiro contacto, o design ultrafino impressiona. Apesar da espessura reduzida, a construção é sólida, sem aquela sensação “oca” comum em modelos mais baratos, e a estrutura, fabricada em alumínio, não demonstra fragilidade.

De acordo com a marca, o smartphone tem uma durabilidade de nível militar, com certificação IP68 e 1P69 no que respeita à resistência a água e poeira, além de proteção reforçada no ecrã com Gorilla Glass 7i.

Durante os nossos testes, o Edge 70 sobreviveu a múltiplas incursões por bolsas, mochilas e bolsos sem ganhar arranhões. Apesar disso, por ser mais fino do que o habitual, admitimos alguma estranheza inicial no manuseamento, ou até mesmo quando o colocamos, por exemplo, num bolso mais largo, por receio de o perder quando menos esperávamos.

Olhando para o ecrã, a Motorola equipou o smartphone com um painel P-OLED (AMOLED) de 6,7 polegadas, com HDR10+ e 100% de compatibilidade com a palete de cores do DCI-P3. O ecrã destaca-se pela boa qualidade de imagem e brilho máximo de 4.500 nits que se adapta facilmente a diferentes condições de iluminação.

Já a taxa de atualização até 120 Hz garante fluidez e rapidez na navegação e, graças a tecnologia Water Touch, é possível interagir com o ecrã mesmo com os dedos molhados, o que, nestes dias de mau tempo, acabou por ser uma vantagem para aceder rapidamente ao smartphone depois de fugir da chuva.

No entanto, como já verificámos noutros smartphones da Motorola, a reprodução de cores no modo predefinido continua a ser demasiado saturada, dando um aspecto pouco natural a certos tons.

Análise TEK | Motorola Edge 70
Análise TEK | Motorola Edge 70

O Edge 70 conta com uma configuração de câmaras traseiras liderada por um sensor de 50 MP, acompanhado por uma ultra-grande angular de 50 MP e por um sensor de luz 3-em-1. Já para as selfies, há uma câmara frontal de 50 MP.

Ao longo dos nossos testes, conseguimos bons resultados na captação de imagens tanto em ambientes diurnos bem iluminados como em cenários noturnos mais escuros ou com muita iluminação artificial exterior à mistura.

As imagens captadas contam com cores vivas, sem serem demasiado artificiais e contrastes equilibrados, com uma boa preservação de pormenores nas zonas mais claras e escuras. Outro ponto positivo é a capacidade de fazer gravações com resolução 4K. Porém, notam-se limitações a nível do zoom, que só vai até 20x e cujos resultados deixam por vezes a desejar, sobretudo quanto mais elevado for.

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No interior, o Edge 70 dispõe de um processador Snapdragon 7 Gen 4 da Qualcomm. Por um lado, este chip assegura um desempenho muito competente para as tarefas do quotidiano, permitindo navegar entre as típicas apps de mensagens e produtividade, vídeo, e redes sociais, incluindo em modo multitarefa.

As apps respondem rapidamente, sem atrasos na abertura ou até quando “salta” entre elas. Por outro, se é um utilizador com necessidades mais exigentes, ou se é fã de jogos pesados a nível gráfico, este smartphone não é melhor aposta.

Num smartphone tão fino quanto este, seria de esperar que a Motorola tivesse de fazer concessões relativamente à bateria. No entanto, ao contrário dos “rivais” da Samsung e Apple (com baterias de 3.900 e 3.149 mAh, respetivamente), o Edge 70 conta com uma bateria de 4.800 mAh.

Ao todo, conseguimos “espremer” um dia de utilização normal da bateria. Apesar disso, sentimos alguma ansiedade quando nos distraímos a ver vídeos ou a navegar nas redes sociais e não temos uma tomada ou um powerbank por perto.

E por falar em dar mais energia ao smartphone, o Edge 70 é compatível com carregamento a 68 W por cabo e ainda a carregamento sem fios a 15 W. Note-se, no entanto, que o carregador compatível com esta “velocidade” não está incluído na caixa (sendo vendido separadamente), por isso, se não quer passar mais de uma hora a carregar a bateria, recomendamos a compra.

Em suma, o Motorola Edge 70 é um smartphone com (quase) todos os ingredientes necessários para se destacar no segmento dos modelos ultrafinos. Se a tendência dos smartphones “slim” lhe despertou a curiosidade e não se considera um utilizador com grandes exigências nem com orçamento para um Galaxy S25 Edge ou um iPhone Air até pode ser uma opção a considerar.

Recorde-se que o smartphone está disponível em Portugal por um preço de 799 euros, com apenas uma configuração de RAM/armazenamento interno (12/512 GB): um valor bem mais baixo do que o ultrafino da Samsung, cujos preços começam nos 1.299 euros, ou do modelo fino da Apple, com preços a começarem nos 1.239 euros.

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