Por Pedro Franco Caiado (*)

Na era digital atual, surgiu um fenómeno fascinante: uma nova geração de proprietários que residem no mundo virtual. Já lá vai o tempo dos anúncios afixados em cafés, dos grandes cartazes a apontar para casas à espera de novos habitantes ou de uma visita de estudo constante à procura do lar ideal. Agora, embora muitas vezes escondidos atrás de ecrãs, os novos proprietários estão à distância de um clique, prontos para alimentar uma paisagem virtual, construir uma comunidade e fazer negócio.

Se há setores com forte cordão umbilical aos modelos mais tradicionais, o do imobiliário é um deles, mas mesmo processos de transição longos nos podem levar a lugares privilegiados. Neste caso, devagar se foi longe, e temos hoje uma força disruptiva sob a forma de PropTechs, isto é, empresas que aliam a tecnologia ao imobiliário. E são essas mesmas empresas que dão casa a todos os proprietários que, outrora, anunciavam em todo o lado sem beneficiar de lugar nenhum.

Conveniência, eficiência e transparência são os pilares que sustentam agora a nova realidade do setor imobiliário – ou melhor dizendo, daquele que agora reside no digital. É no descomplicar que está o ganho e quer proprietários quer arrendatários beneficiam desse bónus, imediatamente no início deste processo. É que agora há um lugar-comum que reúne tudo. Hoje, uma plataforma online criada por ProTechs equivale a centenas de anúncios afixados nas ruas e milhares de caracteres informativos – tudo o que basta para encontrar uma casa sem ter de a procurar como se estivesse escondida algures no espaço. E já que falamos de casa, que entendamos estas plataformas como o novo lar de todos os que querem vender ou arrendar um.

Seguindo essa mesma analogia, e apresentado o piso térreo da plataforma, é tempo de ver que detalhes a compõem e o que a distingue. No que toca ao último ponto, sobressai a facilidade com que pesquisas, transações e partilha de documentação podem ser realizadas, o que não só poupa tempo, como elimina qualquer tipo de barreira geográfico - na verdade, estas plataformas são verdadeiras casas “globais”. Além disso, destaca-se a automatização de processos administrativos que a todo e qualquer proprietário roubava “anos de vida” e que agora lhes permite uma gestão operacional mais eficiente. Na era do ChatGPT, saber tirar partido das ferramentas que a tecnologia oferece aos diferentes setores é fundamental para não perder o comboio; e o imobiliário não foge à regra.

Se subirmos um piso, encontramos ainda uma multiplicidade de oportunidades, das quais se destaca a democratização do acesso a informações e tendências de mercado. Esta é uma mais-valia dos proprietários que se encontram nesta plataforma, que podem otimizar a sua estratégia de preços, mas que beneficiam também quem procura por eles. É por via da tecnologia que é agora possível ter a acesso, em tempo real, a avaliações de propriedades e análises de investimento que lhes permitem tomar decisões mais informadas.

Além disso, é ainda possível realizar visitas virtuais como se estivéssemos efetivamente dentro da casa que tencionamos adquirir. Sem segredos e imagens destorcidas, esta é mais uma das possibilidades que reduz tempo, elimina distâncias e assegura um mercado mais justo e transparente. Aqui a verificação humana, também já disponível por parte de algumas plataformas será chave.
Também o exterior faz parte de uma casa e se tivéssemos de analisar o jardim destas plataformas, estes não poderiam ser mais “verdes”.

À medida que as preocupações ambientais aumentam, as PropTechs estão a impulsionar a adoção de práticas sustentáveis e amigas do ambiente no setor imobiliário, quer através de tecnologias inteligentes, quer através de uma rede de contactos online e até mesmo da promoção do desenvolvimento de edifícios à imagem do futuro.

Feita a visita completa a esta casa-plataforma, é fácil entender o porquê de cada vez mais proprietários a escolherem para viver. É lá que moram as oportunidades, as mais valias do setor imobiliário e onde este acontece. Não é de estranhar que o online seja a nova localização “da moda”, mas é certo que será a do futuro. E o futuro dos proprietários, esse vive online.

(*) Country Manager da Spotahome Portugal e UKI