Por Carmen Ortega Alonso (*)

Um estudo da Akamai revela que 88% dos consumidores online não volta a um site onde tenha tido uma má experiência. É uma fatia considerável, principalmente se o nosso negócio depender da web. Na era digital em que vivemos temos, portanto, que prevenir que as más experiências possam acontecer. E elas vão acontecer, seja porque um determinado produto não é entregue ou simplesmente porque a plataforma de e-commerce é demasiado lenta. É aqui que entra o UX, termo utilizado pela primeira vez por Donald Norman - que, na altura, trabalhava na Apple - e que se refere à Experiência do Utilizador (User Experience).

Hoje, o User Experience Design está presente em todo o lado e é, na sua essência, todo o planeamento de experiências que decorrem de e para um produto ou serviço. Mas porque é que isto é tão importante? Voltemos ao exemplo simples mencionado acima. Sabendo por antecipação que o utilizador da nossa plataforma vai desistir de a utilizar se a mesma for lenta ou se, devido a um problema informático, o nosso produto não chegar ao destino, podemos desenhar um caminho para o nosso serviço que passe por resolver esses problemas antes mesmo de eles acontecerem. Aqui entra também, muitas das vezes, o UI Design (User Interface Design) ou Design de Interface do Utilizador, que trata disso mesmo: desenhar e otimizar interfaces que satisfaçam as necessidades dos utilizadores. O UX também depende do UI mas é mais do que isso: tenta entender o utilizador. Como é que ele se comporta? O que que ele quer? Quais são os desafios que enfrenta de uma forma geral? Estas são algumas das questões que o UX tenta responder e resolver, através desta estratégia centrada no utilizador.

E como funciona este processo? Como explica Hugo Rocha, professor de UX/UI na Ironhack Lisboa, o primeiro momento é o da empatia, ou seja, tentarmos entender e extrair do utilizador a maior quantidade de contributos e conhecimento possível. Num processo de design bem feito, o segredo é não tentarmos responder a tudo apenas através de um briefing, mas sim perguntando, descobrindo e indo ao encontro daquilo que o utilizador quer. No fundo, “sentir na pele” os problemas daquele produto ou serviço para tentar tirar dali as respostas para a estratégia que estamos a delinear. Para isso, recorremos a mil e uma ferramentas: entrevistas, questionários, mapas de empatia, personas, entrevistas com diferentes stakeholders, etc. No final, ficamos com um canvas da estratégia de UX e começamos a testar as soluções propostas e fazemos correções, de forma a otimizar ao máximo a nossa estratégia.

Em Portugal, o conceito de ensino centrado no utilizador não é novo e tem vindo a evoluir, mas ainda está a dar os primeiros passos. A rápida ascensão das empresas e startups portuguesas levou a que as mesmas procurassem ter os seus próprios designers ou arranjassem uma solução, recorrendo a workshops ou escolas especializadas. Os bootcamps, como os que a Ironhack disponibiliza desde o ano passado, em Lisboa, começam já a preencher esta lacuna na academia, adotando o sistema de ensino por projeto e trabalhando de forma intensa para resolver problemas, através da metodologia learning by doing. Por que não criar um produto melhor, ajustado às necessidades do utilizador? Essa terá sido a estratégia de design da própria Apple, pelo menos no tempo de Donald Norman.

Mas se por um lado, nos últimos anos, as empresas têm apostado no UX e UI, como consequência do investimento na área digital realizado no país; por outro, essa aposta não é, na maior parte das vezes, aplicada no momento certo. A criação de um determinado tipo de tecnologia, por exemplo, deve ser acompanhado pela criação da estratégia de UX/UI. O que acontece em Portugal é que a tecnologia surge numa primeira fase e apenas depois pensamos em otimizá-la. Ainda assim, este é, felizmente, um passo que está a ser dado. Com a crescente demanda, o mercado começa a procurar mais e mais profissionais nesta área.

Na Ironhack Lisboa, estamos a formar a futura geração de UX/UI designers, a partir das tendências e necessidades do mercado. Desta forma, os nossos alunos saem daqui a aprender a desenvolver os seus próprios projetos e terminam o bootcamp com um portfólio incrível e com a certeza de que estão prontos para o mercado.

(*) Growth Manager na Ironhack Lisboa

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