Por Filipa Jesus (*)
O futuro do trabalho é híbrido e as empresas tecnológicas têm um papel importante nessa nova realidade.
O modelo de trabalho híbrido está a ser abraçado pelo setor tecnológico, que está a definir os padrões e boas práticas que irão dar a confiança necessária para outros setores implementarem estes modelos.
Depois de reagendarem inúmeras vezes as datas de regresso ao escritório, a maioria das empresas tecnológicas adotou o modelo de trabalho híbrido como norma, ou seja, instituem dias com uma periodicidade fixa para trabalhar nas instalações da empresa e nos restantes dias, o local de trabalho é “livre”. No caso da Opensoft, as equipas juntam-se uma vez por semana e os restantes dias são trabalhados fora do escritório.
Os modelos de trabalho híbridos promovem a flexibilidade e num setor que é conhecido pelas suas abordagens ágeis, como não aplicá-las ao trabalho? Mas, flexibilidade não significa que todos possam fazer o que quiserem, à hora que lhes apeteça. Os fundamentos do trabalho em equipa mantêm-se, porque os objetivos, prazos e entregas aos clientes mantêm-se.
Parte do sucesso do modelo de trabalho híbrido assenta na tecnologia: ferramentas colaborativas, de gestão documental ou soluções cloud permitem obter mais eficiência e reduzir os custos operacionais das organizações. As plataformas colaborativas são uma ferramenta essencial para que as equipas continuem a trabalhar em conjunto e as plataformas de videoconferência ou chat promovem a comunicação formal e informal.
Ainda assim, o trabalho e a comunicação à distância podem criar fadiga nos colaboradores e, nesses casos, o trabalho híbrido ganha vantagem ao modelo totalmente à distância.
Ao incorporar a opção presencial, o modelo híbrido permite que as equipas se reúnam para trabalharem em tarefas específicas de projetos ou resolverem problemas, além de promover os laços e o envolvimento entre os elementos das equipas. Estes momentos em conjunto permitem também a socialização e as conversas espontâneas entre colaboradores, ajudando a fomentar a cultura da empresa.
Nos dias de trabalho fora do escritório, os colaboradores podem executar tarefas que exijam maior concentração, tendo como resultado expectável maior produtividade e menores níveis de stress.
Aliás, o modelo de trabalho híbrido, por norma, funciona como um redutor de stress nos colaboradores, porque permite equilibrar melhor a vida laboral com a pessoal. A flexibilidade associada a este modelo, permite que pais possam fazer pausas para tarefas sensíveis ao tempo, por exemplo ir buscar os filhos à escola.
Também a procura de talento beneficia com o modelo híbrido, que permite ignorar as barreiras geográficas e focar-se nas competências de que a empresa precisa. Deste modo, é possível aumentar a vantagem competitiva de uma organização e definir uma estratégia de aquisição de talentos mais certeira, tendo em conta a aposta em novos mercados.
A constituição de equipas divididas entre teletrabalho e escritório parece estar a funcionar em muitas empresas tecnológicas, trazendo benefícios como flexibilidade, maior produtividade e aumento da satisfação dos colaboradores. Mas o modelo de trabalho híbrido não é único: precisa de ser adaptado a cada empresa tendo em conta o seu setor, geografia, riscos, entre outros fatores.
A relação entre os colaboradores e o local de trabalho alterou-se muito nos últimos meses, o que obriga as organizações a redefinir o seu modelo de trabalho. No caso dos modelos híbridos, é importante garantir que a organização disponibiliza as ferramentas e as competências adequadas para o trabalho colaborativo à distância. Só assim será possível a garantir a produtividade ao mesmo tempo que se equilibra o bem-estar dos colaboradores.
(*) Responsável de Recursos Humanos da Opensoft
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