Os dados foram apurados no estudo “Telemóveis e os Jovens: Utilização e Preocupações 2016/2017“ reflete os resultados de seis anos de inquéritos aos jovens portugueses sobre a utilização do telemóvel.
Segundo as conclusões, a utilização da internet no telemóvel pelos jovens entre os 15 e os 22 anos triplicou, passando de 33% em 2010/2011 para mais de 97% em 2016/2017, com as redes sociais a serem uma das principais motivações para este uso, com um aumento de quatro vezes no mesmo período.
Se no ano letivo 2010/2011, a utilização do telemóvel para aceder à Internet e às redes sociais abrangia apenas 20% dos inquiridos, desde 2013/14 que esse número começou a aumentar significativamente, chegando aos 82% neste último ano letivo para ambas as opções.
Num universo em que mais de 92% possui um tarifário que inclui pacote de dados, apenas 20% aponta restrições à utilização por parte dos pais, com a maioria dos inquiridos a ter telemóvel desde os 10 anos. Dos 9.091 inquéritos aplicados em 138 estabelecimentos de ensino secundário em todo o país apenas 39 alunos indicaram não ter qualquer dispositivo de comunicações móveis.
Os planos de dados e tarifários com comunicações ilimitadas, com um gasto mensal médio para todos os alunos nos 9,88 euros, são um dos motivos apontados para o decréscimo de jovens com mais de um telemóvel que passou de 6% em 2016/2017 para quase 20% em 2015/2016.
O perfil, traçado num estudo realizado por uma equipa de investigadores do INOV-INESCO, aponta ainda que os jovens fazem um uso intensivo do telemóvel para a troca de mensagens.
No entanto, o envio de SMS tem decaído em detrimento dos serviços de messaging. Se em 2000 eram enviadas uma média de 100 SMS por dia, hoje o valor baixou para 93, ajudado pela subscrição de tarifários com pacotes de dados incluídos, que convida à utilização de aplicações como o WhatsApp ou o Messenger.
O relatório refere ainda que as raparigas são as que se demoram mais ao telefone, com uma média diária de oito minutos, e as que mais mensagens mandam (mais 14 SMS por dia do que os rapazes).
A equipa de investigadores do INOV-INESC/IST, responsável pelo projeto FAQtos, conclui ainda que quase metade dos jovens (45%) não estão preocupados com os possíveis efeitos da exposição às radiações.
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