É ainda a fase 1 do projeto mas a DE-CIX, a operadora global de Internet Exchange (IX) [pontos de troca de tráfego] anunciou hoje que tem já pronto o primeiro AI-IX dedicado que poderá garantir a interligação mais rápida, e com baixa latência, entre os agentes inteligentes, redes de última geração e aplicações do mundo real, com benefícios para as áreas de que exigem inferência de Inteligência Artificial (IA), incluindo robótica e veículos autónomos. Segundo a informação partilhada, a empresa conta agora com mais de 50 redes relevantes para a utilização de IA, incluindo fornecedores de Inferência de IA como Serviço (IaaS) e GPU como Serviço (GPUaaS), assim fornecedores de serviços de cloud que estão ligadas à sua plataforma.

"Com várias previsões feitas para milhões – até centenas de milhões – de agentes de IA nos próximos anos, a necessidade de serviços de interligação para apoiar as suas operações está a crescer enormemente", explica Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX.

A disponibilização do AI-IX permite às organizações terem acesso a uma interligação resiliente, de baixa latência e alta segurança, concebida especificamente para casos de utilização com IA em tempo real, com garantia das salvaguardas de soberania da cloud que respondem às exigências da União Europeia.

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A evolução para o suporte a IA foi feita nos vários pontos de interligação da DE-CIX, incluindo o DE-CIX Lisboa e na prática isso traz vantagens às empresas portuguesas, como startups que estejam a desenvolver aplicações de IA generativa ou a treinar modelos, permitindo latências ultra reduzidas. Ao mesmo tempo abre portas para aplicações alargadas no terreno de soluções que dependem de respostas em milisegundos, como a condução autónoma, ou tratamento de grandes volumes de informação em tempo recorde, como acontece na área farmacêutica ou em análise e simulação em tempo real.

A DE-CIX diz que vai começar em breve a fase 2 da implementação que irá "tornar os AI-IX da DE-CIX preparados para Ultra-Ethernet, capazes de suportar o treino de IA geograficamente distribuído, à medida que o treino de modelos começa a sair das instalações centralizadas", refere em comunicado. Quando terminar a empresa calcula que será "a primeira operadora a oferecer um AI-IX capaz de suportar treino e inferência".

Ivo Ivanov já tinha partilhado com o TEK Notícias a necessidade de evolução para suportar as exigências das aplicações de Inteligência Artificial, em especial na fase de inferência, antecipando um futuro de "economia de latência zero", esticando os limites da física.

Ivo Ivanov sublinha que "para além das Trocas de Internet que criam densidade de rede nos principais pontos de agregação, os AI Exchanges serão necessários no Deep Edge para suportar o desenvolvimento da funcionalidade de inferência multi-IA na próxima geração de produtos e serviços. Assim sendo, veremos uma abordagem por camadas para a infraestrutura, integrando o hiperlocal, o regional, o pan-regional e o global".