Um ano depois do lançamento do 5G nos Estados Unidos, o conflito entre as redes de nova geração e os instrumentos dos aviões na zona dos aeroportos ainda persiste. Tem havido uma disputa entre as operadoras de telecomunicações, como a AT&T e Verizon contra o regulador da aviação em torno do lançamento do 5G no chamado espectro C-Band.
Em causa estão os equipamentos altímetros dos aviões, onde foram registadas inquietações para potenciais problemas de interferências na medição da altitude, sobretudo nas manobras de aterragem. A situação levou o regulador da aviação, a FAA, a definir zonas de exceção em torno de alguns aeroportos até estar garantida a segurança dos voos.
A FAA decidiu estender o prazo que obriga a todas as companhias aéreas regularizar e reparar os altímetros dos seus aviões. Até ao dia 1 de fevereiro de 2024, os cerca de 1.000 aviões que ainda estão em situação irregular têm de ter os seus altímetros substituídos ou atualizados. Os aparelhos dos aviões em questão têm de mudar os altímetros devido ao eventual perigo de interferência com as frequências dos sinais 5G no espetro C-Band, refere o documento publicado pelo regulador.
“A FAA estima que cerca de 180 aviões requerem a substituição do altímetro e 820 aviões requerem a adição de filtros nos aparelhos para cumprirem com os requisitos de modificação”, afirma o regulador. Estima ainda que o custo das alterações possa custar às empresas de transportes aéreos cerca de 26 milhões de dólares.
Em causa está a necessidade de os altímetros dependerem do espectro de 4,2 GHz a 4,4 GHz para funcionarem, mas alguns aparelhos não conseguem fazer a filtragem da frequência reservada às transmissões de 5G das operadoras entre 3,7 a 3,98 GHz e originar eventuais interferências nos sistemas de altitude dos aviões.
O regulador propõe mesmo uma revisão aos altímetros dos 7.993 aviões afetados, com um custo total de 679.405 dólares. Mas caso um avião necessite de substituir o aparelho, este custará 80 mil dólares, numa soma de 14,4 milhões de dólares para os 180 aviões afetados. A opção dos filtros sai mais barato, com um custo de 5 mil dólares por unidade, mas cada avião precisa de dois ou três. Assim, os 820 aviões afetados teriam um custo de modificação de 10,29 milhões de dólares.
De notar que nem todos os aviões poderão resolver o problema com os filtros, pelo que terão mesmo de trocar o altímetro. Esses elevados custos têm sido a principal razão do desentendimento entre as companhias e o regulador, tendo apelado às autoridades para encontrar outras soluções, o mais rápido possível.
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