As criptomoedas tomaram as economias mundiais de assalto e muitos não a viram chegar. Este é o tema de uma das talks, sobre aquela que foi tão volátil no passado. A representar a Tezos, a cofundadora Kathleen Breitman, salienta que a criptomoeda vai dominar o futuro. A Tezos é considerada uma das mais importantes e valiosas moedas digitais da atualidade, destacando-se por ter sido concebida para evoluir, ser atualizável e desenvolvida para durar ao longo do tempo. Além do foco na segurança, de grau institucional. A sua plataforma foi construída para ter uma governança e participação da sua comunidade, que têm o poder de propor e aprovar emendas à moeda.

Perguntando à plateia quem é que detém moedas digitais, grande parte das pessoas levantaram o braço, num sinal que as criptomoedas estão mais populares do que nunca.

Sobre a filosofia por trás da criptomoeda, será que devemos mesmo confiar na tecnologia? Tim Draper, fundador da Draper Associates, destaca que a liberdade e a confiança assente inteiramente no software são os principais pontos. Não tem que pagar aos bancos ou governos, ao mesmo tempo que se trata de uma moeda global, diminuindo as fronteiras entre a sociedade.

web summit - criptomoedas
web summit - criptomoedas

A Tezos é referida como a primeira criptomoeda a mostrar a evolução dos tokens, uma nova noção da moeda cibernética. Sobre a segurança nos sistemas, que tem levantado algumas preocupações. Fala-se no blockchain como o mais seguro, mas tem havido ataques, explica Pascal Gauthier da Ledger. “É preciso esquecer todo o tipo de segurança que existia antigamente nos sistemas bancários. Este é todo um novo mundo que tem de ser aprendido de raiz”.

A segurança em geral é uma preocupação de todas as entidades, porque os hackers estão à espera de uma oportunidade para penetrar nos sistemas, acrescenta o representante da Ledger. De lembrar que recentemente o website de blockchain PolyNetwork foi vítima de hacking, através da exploração de uma vulnerabilidade no seu sistema, originando o roubo de 600 milhões de euros em Etherium, naquele que é considerado o maior roubo de criptomoedas.

Falou-se que na situação da China, em que tudo o que diz respeito à criptomoeda é proibido, mas Pascal Gauthier afirmou que não se deve olhar para o país como exemplo de uma moeda que se quer livre, pois na sua perspetiva, devem-se libertar os mercados. Para Tim Draper, a China está a cometer um erro “estúpido” na sua tentativa de controlar tudo e todos. Diz que existem mil milhões de investidores potenciais na China que estão de braços cruzados sobre este assunto, por causa das suas leis rígidas.

A energia utilizada para produzir criptomoedas é uma das críticas recentes e foi puxada para a discussão. Como lidam as empresas com isso? Trim Drapter diz que os mineiros de criptomoedas têm encontrado novas formas alternativas de energia, e com o tempo e as inovações que estão a surgir, tendem a melhorar.

Mesmo a energia necessária para ligar um interruptor tem baixado, deixa em exemplo, referindo que a tecnologia no geral está a ir na direção da redução. Embora concorde que não se devem negligenciar as questões energéticas relativas à criptomoeda. A crise energética e do meio-ambiente tem de ser combatida com a educação disse Pascal Gauthier. Mas defende que qualquer nova tecnologia consome energia da forma errada, porque é novo e necessita ser otimizada. O mesmo para as criptomoedas.

Olhando para a criptomoeda como investimento, este ano houve uma explosão, e já não se trata de algo da “internet”. Um dia Tim Draper entrou num café e perguntou se aceitava em Bitcoin, e a resposta foi afirmativa. Diz que a moeda estará amadurecida quando for utilizada de forma global, e banal. Deu o exemplo de El Salvador, que adotou totalmente a criptomoeda, onde é possível comprar um Big Mac. Este é o futuro que se espera, uma moeda descentralizada, mas acessível e utilizada por todos.

Veja as imagens captadas pela equipa do SAPO TEK que dão uma perspetiva por dentro do Web Summit

4 dias de agenda cheia

Este é só o início do Web Summit, e de uma agenda cheia. No SAPO TEK, já tínhamos dado a conhecer 10 oradores que vale a pena ouvir no Web Summit 2021 e para ajudar a compor a sua agenda para o evento, destacamos ainda algumas das talks que deve apontar no calendário, e que poderá também consultar ao detalhe no website do Web Summit, ou na própria aplicação do evento.

Clique nas imagens para conhecer algumas talks que vale a pena acompanhar no Web Summit 2021

Dia 2 de novembro

Christopher Wylie, “whistleblower” do Facebook no polémico caso Cambrige Analytica e agora responsável pelo departamento de tecnologias emergentes da H&M, sobe ao palco para uma conversa acerca da regulação da Internet. O mundo online não tem de ser um local “assustador” e o responsável defende que as atuais abordagens de regulação das tecnologias poderão não funcionar no futuro, apelando a uma mudança para evitar desastres.

Fora dos ecrãs, a atriz e comediante Amy Poehler tem vindo a trabalhar para ajudar jovens mulheres a tornarem-se líderes e, nesta sessão marcada no palco central do Web Summit, dará a conhecer mais sobre a forma como podemos dar mais poder às gerações futuras.

Ao longo dos últimos anos, a Cloud mudou significativamente o mundo em que vivemos. Nesta sessão, Werner Vogels, CTO da Amazon, apresenta o exemplo da AWS, detalhando a forma como evoluiu ao longo do tempo, começando por operar apenas alguns serviços em certas regiões e passando a levar a tecnologia na “nuvem” a quase todos os cantos do mundo.

Dia 3 de novembro

O lançamento oficial da European Startups Nations Alliance (ESNA) está em destaque no palco central do Web Summit, numa sessão liderada por Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia. Apresentada neste ano, a ESNA, onde Portugal apresenta um papel de destaque, afirma-se como um passo essencial para tornar o ecossistema europeu de empreendedorismo mais competitivo.

A pandemia de COVID-19 pôs a “nu” as disparidades que existem no mundo, incluindo no acesso ao digital, que se tornou numa ferramenta fundamental para manter a vida a funcional no “novo normal”. Será possível atingir uma maior equidade digital entre países? É esta a pergunta a que Brad Smith, presidente da Microsoft, se propõe a responder nesta sessão.

O desenvolvimento do metaverso é um dos novos objetivos do Facebook, que, ainda na semana passada mudou de identidade, passando a chamar-se Meta, refletindo os seus novos propósitos. Nesta sessão, Chris Cox, CTO da empresa, dará a conhecer um pouco mais do que podemos esperar do metaverso e sobre a forma como promete transformar as nossas vidas.

Dia 4 de novembro

Estaremos a entrar na época áurea da tecnologia europeia? Embora a Europa tenha apenas um décimo de todos os “unicórnios”, com as empresas dos Estados Unidos e China a liderarem nesta categoria, há potencial para ter um papel ainda mais relevante no ecossistema tecnológico global. Nesta sessão, António Dias Martins, CEO da Startup Portugal, e Kat Borlongan, Founding Member da Scale-Up Europe, darão a conhecer o que será necessário para a Europa atingir o seu potencial.

A sustentabilidade e a luta contra as alterações climáticas também fazem parte das temáticas em debate no Web Summit 2021. Patrick Brown, CEO da Impossible Foods, sobe ao palco central para uma sessão acerca da forma como a redução do consumo de produtos animais e a escolha de uma alimentação à base de plantas pode ser uma das formas mais poderosas de pôr um travão nas alterações climáticas.

O “pai” da World Wide Web está de regresso ao Web Summit para uma sessão centrada no uso desregrado de dados. Acompanhado por John Bruce, CEO e cofundador da Inrupt, Tim Berners-Lee, também cofundador e CTO da empresa, deixará um apelo aos governantes um pouco por todo o mundo, focando-se na forma como será possível catalisar a próxima era da web.

Deixe também na caixa de comentários outras sugestões e acompanhe o trabalho do SAPO TEK no Web Summit através do dossier dedicado à conferência.