Desde o primeiro caso registado de coronavírus em Portugal, os portugueses têm seguido as recomendações das autoridades de saúde e ficado em casa, sobretudo desde que foi decretado o estado de emergência pelo Governo. As medidas têm vindo a ter um impacto profundo nos hábitos de consumo da população e na forma como são feitas as suas transações. As caixas de Multibanco são cada vez menos utilizadas, reflexo do isolamento dos portugueses em suas casas.

A SIBS revelou que na última semana registou-se uma quebra acentuada no número de operações feitas na rede de Multibanco, com uma redução de 44% no que diz respeito a compras e 49% nos levantamentos, face à média registada antes do primeiro caso de coronavírus em Portugal. Por outro lado, apesar dos portugueses utilizarem menos o Multibanco, levantaram mais dinheiro, com média de 84,5 euros (25%) e aumentaram o valor das compras para 42,1 euros (21%) desde o primeiro caso.

TEK SIBS

Em direção oposta estão as operações através de pagamentos eletrónicos, como é o caso do MB Way. Para acompanhar as medidas de combate ao coronavírus e reduzir o impacto na economia, alguns bancos estão a aliviar as comissões das operações. O Novo Banco, por exemplo, suspendeu as comissões das transferências MB Way até, pelo menos, 30 de abril, assim como operações interbancárias, pagamentos de serviços e “cash-advance”. O BCP também já aboliu as comissões do MB Way.

Devido à forma como se fazem pagamentos sem contacto com terminais, o MB Way tem vindo a registar um aumento de utilização, segundo a SIBS. Verifica-se sobretudo uma maior concentração de compras nos supermercados e farmácia, que somados, representam agora 54% dos pagamentos feitos em Portugal na última semana.

De salientar que a corrida às compras online disparou, levando a uma grande procura nos websites dos supermercados. As plataformas estão constantemente entupidas, levando as empresas a criar sistemas de tickets de acesso, com muitas horas de espera até poder entrar me horas de pico. E quando finalmente tem acesso, as pessoas têm um tempo limitado para fazer as suas compras, como é o caso do Auchan, que disponibiliza 45 minutos por cada sessão. Há também limitações nos prazos de entrega, com previsões que chegam às duas semanas.