No final de março a Tesla anunciou que iria começar a aceitar pagamentos dos seus automóveis através do uso de criptomoeda, nomeadamente o Bitcoin, nos Estados Unidos. A própria empresa de Elon Musk tinha feito um investimento de 1,5 mil milhões de dólares em Bitcoin. Desde então a Bitcoin tem disparado, chegando à valorização de 1,2 biliões de dólares.
Mas o sucesso da moeda tem promovido uma autêntica corrida à sua mineração, fazendo esgotar componentes de hardware como as placas gráficas da NVidia, e um elevado nível de energia consumida, estimando-se mesmo que ultrapassou a Argentina. E é exatamente as preocupações energéticas que estão a preocupar a Tesla, e por isso, deixou de aceitar Bitcoin na compra dos seus veículos.
Numa mensagem partilhada no Twitter, Elon Musk publicou o novo posicionamento da fabricante de automóveis, referindo estar preocupada com o rápido aumento no uso de combustíveis fósseis para mineração e transações da Bitcoin, especialmente o carvão, que tem a maior taxa de emissões.
Ainda assim, continua a dizer que as criptomoedas é uma boa ideia a vários níveis, acreditando no seu futuro, mas que não pode ter como custo o ambiente. No comunicado é ainda referido que a Tesla não vai vender as suas Bitcoins, tendo intenções de as utilizar quando a mineração utilizar energia mais sustentável.
Deixou ainda aberta a porta para outras criptomoedas que utilizem menos de 1% da energia das Bitcoins. A mineração de Bitcoin consume atualmente mais 66 vezes a eletricidade quando comparado com 2015, e tem sido escrutinado as emissões de carbono associadas.
O anúncio refletiu-se de imediato com a desvalorização da Bitcoin, que tem vindo a decrescer, chegando agora aos 15%, valendo cerca de 46.000 dólares. Segundo a Bloomberg, a notícia afetou também a Ether e a Dogecoin que também desvalorizaram.
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