Os portugueses estão cada vez mais conscientes no que diz respeito à sustentabilidade e a adotar hábitos amigos do ambiente. E com isso, ainda podem poupar algum dinheiro nas suas aquisições. Um estudo elaborado pela Swappie, especialista em smartphones recondicionados e a Kantar, revela que entre os produtos comprados em segunda-mão, a tecnologia ainda só representa 40%, estando igual às roupas. O hábito em adquirir livros usados é um pouco maior, com 45% dos inquiridos a optar pelos bons negócios. E também o mobiliário ganha destaque com 38%.

Ao todo, é referido que 48% dos portugueses estão agora a escolher mais produtos, no geral, em segunda-mão do que nos últimos cinco anos. Nas tendências de consumo, é referido que as pessoas estão cada vez mais a olhar para soluções alternativas e os produtos usados são agora mais procurados do que no passado. Além de mais acessíveis, o facto de serem mais sustentáveis passa a ser o segundo maior motivo de escolha, com 40% das respostas do inquérito.

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Nas conclusões do estudo, a Swappie diz que os aparelhos eletrónicos em segunda-mão ainda não são tão consumidos como as outras categorias de produtos. Smartphones, televisores ou computadores portáteis usados são considerados por 41% da população.

Uma das questões do estudo era perceber se os portugueses sabiam a diferença entre produtos em segunda-mão e recondicionados. Nas respostas, 17% não sabe a diferença e 22% não tem a certeza sobre a diferenciação. Mas a maioria (61%) conhece o conceito de recondicionado, concluindo que ainda existem muitas oportunidades a explorar para se criar uma economia circular saudável em Portugal.

Foi referido o relatório E-Waste Monitor das Nações Unidas, que prevê que em 2030 estarão acumulados cerca de 75 milhões de toneladas de lixo eletrónico a nível global. E nesse sentido, nas palavras de Luísa Vasconcelos e Sousa, Country Manager da Swappie em Portugal, é fundamental mudar a forma como se consome tecnologia “já hoje”. “Os produtos em segunda-mão e recondicionados são uma opção melhor para o planeta e mais acessíveis para os utilizadores, reforçando a economia circular ao estender o tempo de vida útil destes smartphones e outros aparelhos”, acrescenta.

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A empresa apela para a necessidade de continuar a mudar as mentalidades, referindo que os consumidores ainda não escolhem comprar tecnologia em segunda-mão tanto como outras categorias de produtos. E acrescenta que para mudar a perceção dos consumidores, as marcas devem oferecer aos seus clientes opções seguras e de confiança para comprarem, neste caso, smartphones recondicionados.

De recordar que ainda recentemente a GSMA estimou que existam mais de cinco mil milhões de smartphones antigos, algures perdidos em gavetas um pouco em todo o mundo. E assinou um acordo com as maiores operadoras globais  para retirá-los da circulação e reciclá-los. Se forem devidamente reciclados, é possível recuperar cerca de 8 mil milhões de dólares em ouro, paládio, prata, cobre e outras matérias raras da Terra e outros minérios críticos.