Segundo o presidente em exercício da empresa, Guo Ping, numa mensagem de Ano Novo citada pela agência France-Presse (AFP), o grupo registou vendas de 634 mil milhões de yuans (87,4 mil milhões de euros) entre janeiro e dezembro.
No ano anterior, no mesmo período, a tecnológica tinha registado vendas de 891,4 mil milhões de yuans (123,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) em bens e serviços, o que representa uma queda de 29%.
A Huawei tem estado no centro de uma rivalidade entre China e EUA há vários anos, atingida por uma guerra comercial e tecnológica entre as duas principais potências mundiais.
Guo Ping assinalou que "2022 terá a sua quota-parte de desafios", como "uma conjuntura imprevisível, a politização das questões tecnológicas e um movimento crescente a favor da desglobalização".
A Huawei foi um dos principais alvos da administração do anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, que a acusou, sem provas, de espionagem para Pequim.
Em 2019, Washington colocou o grupo na sua lista negra, impedindo-o de adquirir tecnologias americanas, fundamentais para os seus produtos, restrições que foram mantidas durante a administração do atual chefe de Estado dos EUA, Joe Biden.
Líder mundial no fornecimento de equipamentos de rede e de telecomunicações, a Huawei lançou-se em 2003 no mercado dos telemóveis, chegando a ser um dos três maiores fabricantes mundiais, a par da norte-americana Apple e da sul-coreana Samsung.
Impulsionada pela procura chinesa e pelas vendas nos mercados emergentes, a Huawei chegou mesmo a liderar o mercado mundial, mas as sanções dos EUA ditaram limitações nas cadeias globais de fornecimento de componentes e atiraram o negócio dos 'smartphones' para uma incerteza.
Em 2020, a Huawei separou-se da Honor, a sua marca de 'smartphones' de linha mais baixa. Devido às sanções norte-americanas teve ainda de abandonar o sistema operativo Android nos equipamentos mais recentes. A empresa enfrenta também pressão quanto à tecnologia 5G, cuja implementação está a acelerar.
Trump tinha instado os seus aliados para renunciarem o estabelecimento da rede 5G pela Huawei, argumentando que Pequim poderia utilizar a empresa chinesa para monitorizar as comunicações e o tráfego de dados dos países.
Sediada em Shenzhen, no sul da China, a Huawei conta com cerca de 197.000 trabalhadores e opera em mais de 170 países.
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