A mais recente edição do relatório State of European Tech mostra que o sector tecnológico europeu vale agora 4 biliões de dólares, o equivalente a 15% do PIB. Atualmente, a Europa conta com quase 40.000 empresas tecnológicas com financiamento. Por comparação, em 2016, este valor era inferior a 10.000.
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Apesar da expansão do sector tecnológico europeu, o ritmo de investimento em startups não tem sido uniforme entre países. O Reino Unido manteve a liderança, registando um aumento de 22% no volume de investimento, para 14 mil milhões de dólares, em 2025. Países como a Alemanha, Suécia e Finlândia também apresentaram fortes crescimentos face ao ano anterior.
No entanto, verifica-se um “fosso” regional crescente. Segundo o relatório, com excepção de três regiões, todos os países que compõem o Top 10 viram os seus níveis de investimento aumentar em comparação com 2024. Por outro lado, a maioria dos países que estão mais abaixo no ranking registaram uma queda nos valores captados em 2025.
Portugal faz parte desta lista de países, ocupando a 14.ª posição no que respeita ao capital total investido. No ano passado, o país tinha captado 250 milhões de dólares. Já este ano, o valor desce para 230 milhões de dólares, aponta o relatório.
O relatório argumenta que, embora tenha o talento, a ambição e as ideias para liderar, a Europa ainda não se apercebeu do seu potencial no cenário global. Os especialistas defendem que a Europa precisa de superar as lacunas estruturais existentes e acentuar a sua curva de crescimento.
Nesse sentido, são apontadas quatro ambições que serão fundamentais para definir o sucesso da Europa, a começar pela necessidade de facilitar a criação, o crescimento e a expansão além fronteiras europeias em grande escala.
Quase 70% dos fundadores inquiridos afirmam que o ambiente regulatório europeu é demasiado restritivo, com apenas 18% a considerá-lo favorável. Para os fundadores, questões como a fragmentação do mercado, os mercados de capitais e as regulamentações trabalhistas afirmam-se como os principais obstáculos.
A melhoria do ambiente regulatório está entre as três principais mudanças apontadas pelos inquiridos para melhorar as condições de saída para as empresas tecnológicas europeias. Além disso, o ambiente regulatório também está entre os fatores mais citados pelos fundadores para a relocalização.
O relatório destaca que, embora o impulso político comece a crescer por trás de um ambiente empresarial europeu unificado, com regulamentação harmonizada concebida para as empresas, a rapidez e a ambição são fundamentais.
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Tornar a Europa no destino de eleição para os talentos mais ambiciosos do mundo é outra das ambições destacadas. Atualmente existem 4,6 milhões de profissionais no sector, num crescimento de 4% em comparação com o ano passado. A região está também em pé de igualdade com os Estados Unidos e a Ásia em termos de criação global de startups.
Além disso, 81% dos fundadores europeus na área da IA permanecem agora na Europa, versus 74% em 2016. A confiança está também a aumentar, com 42% dos inquiridos a afirmarem que hoje é mais atraente tornar-se fundador na Europa. Em Portugal, 35% dos inquiridos estão mais otimistas quanto ao futuro da tecnologia europeia do que estavam em 2024, enquanto 38% mantêm a mesma perspetiva.
No entanto, cerca de 18% das empresas tecnológicas em fase inicial fundadas na Europa estão sediadas fora das fronteiras do continente, num valor que sobe para cerca de 30% na Série C e mais além, apontam os dados.
Em 2025, o investimento em capital de risco europeu cresceu 7%, para 44 mil milhões de dólares, enquanto os fundos de pensão aumentaram as suas alocações em 55%, de 650 milhões de dólares para mil milhões de dólares.
As áreas da Deep Tech e IA correspondem agora a 36% do capital de risco europeu, versus 19% em 2021. O investimento em tecnologia de defesa aumentou 55% em relação ao ano anterior, para 1,6 mil milhões de dólares. 31% de todo o investimento europeu levantado em 2025 foi para empresas que desenvolvem soluções de IA e Machine Learning.
Apesar dos avanços, ainda existe uma lacuna significativa no investimento em capital de risco face aos Estados Unidos. O relatório realça a necessidade de mobilizar o capital próprio da Europa para impulsionar mercados preparados para competir a nível global.
Nos últimos anos, o número de investidores ativos na Europa quase duplicou, passando de 1.350 em 2016 para 2.850. Os especialistas destacam que os fundadores europeus estão a construir empresas a uma velocidade e ambição sem precedentes, com 28 empresas a ultrapassarem a marca de avaliação de mil milhões de dólares este ano, elevando o número total de unicórnios para mais de 400.
O sul da Europa ganhou três unicórnios em 2025, chegando a um total de 25. Em destaque estão empresas como a Tekever, que entrou no “clube” em maio, tornando Portugal um dos 11 países a produzir novos unicórnios este ano.
Porém, o relatório indica que a Europa ainda precisa de fortalecer a sua cultura de risco, encarando-a como infraestrutura fundamental. Aqui, o desafio está em construir uma cultura que sirva de impulso, para o talento e inovação.
Por exemplo, apenas 20% das empresas europeias envolvem-se ativamente com startups. Por comparação, este valor sobe para 50% quando olhamos para os Estados Unidos. A Europa investe apenas 9% das aquisições públicas em inovação, versus 20% do outro lado do Atlântico.
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