Os Países Baixos e o Japão estão a equacionar a adoção de medidas de restrição às exportações para a China, semelhantes àquelas que os Estados Unidos já têm em vigor e que procuram bloquear a capacidade de inovação da China, em áreas avançadas da indústria de semicondutores.
Em negociações nos dois países, avança a Bloomberg, tem estado a possibilidade de implementar restrições às exportações de empresas locais de equipamentos usados no fabrico de semicondutores.
A agência adianta que as negociações entre os países e os Estados Unidos, devem estar concluídas em breve e, se a medida avançar, contribuirá para anular uma desvantagem competitiva das empresas americanas, que já estão impedidas desde outubro passado de fazer negócios na China nesta área.
Fontes do governo holandês citadas pela Reuters garantem, no entanto, que qualquer decisão do país neste sentido vai ser tomada para preservar os seus próprios interesses e segurança nacional e não para defender os interesses norte-americanos.
Do lado dos Países Baixos, uma das empresas afetadas pela decisão, se esta avançar, será a ASML Holding, que vende maquinaria à China usada na produção de alguns chips avançados.
No Japão, a Nikon será uma das empresas afetadas. Um professor da Universidade de Meisei no Japão, contactado pela Reuters, defende que a Tokio Electronics, que faz na China um quarto da faturação, sofrerá ainda mais com uma decisão deste tipo. Fontes locais acrescentam, ainda assim, que as empresas japonesas visadas pela medida, como esta fabricante de maquinaria para a produção de semicondutores, terão condições para recuperar rapidamente, porque o país tem vindo a conseguir alargar mercados nesta área.
Países Baixos e Japão ainda não quiseram avançar grandes detalhes sobre as negociações com os Estados Unidos. Nenhum dos dois países também ainda confirmou a decisão de estabelecer bloqueios às exportações de tecnologia para a China. Apenas admitem que o tema está em discussão.
Seiji Kihara, porta-voz do governo nipónico, referiu num encontro com a imprensa, já esta sexta-feira, que o país vai dar os “passos adequados”, e alinhar decisões com a regulação de países como os Estados Unidos e outros.
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