Os acionistas da Meta e da Microsoft têm razões para sorrir neste segundo trimestre do ano, uma vez que as receitas das empresas dispararam devido à tecnologia de inteligência artificial das suas plataformas. 

No caso da Microsoft, os lucros cresceram 24% para 27,2 mil milhões de dólares no segundo trimestre do ano e as receitas aumentaram 18% face ao período homólogo de 2024. Os serviços de cloud Azure para inteligência artificial impulsionam os resultados, tendo registado um crescimento de 39% em comparação ao ano passado. Segundo o CEO da empresa, Satya Nadella, o Azure ultrapassou os 75 mil milhões de dólares em receitas no total do ano fiscal, num crescimento de 34%. 

As receitas relativas ao Windows cresceram 3%, numa altura em que a fabricante está no meio da transição definitiva do Windows 10 para 11, mas por outro lado, o efeito das tarifas de Trump ainda estão a criar incertezas nas decisões de investimento dos consumidores. Nas mais recentes contas, a Microsoft adicionou os equipamentos Surface na mesma categoria, depois de dois anos a ver o negócio de computadores a cair. 

A divisão de conteúdos e serviços de gaming Xbox, que inclui o Game Pass, viu este trimestre um crescimento de 13% face ao ano passado. Ainda assim, segundo o The Verge, não foram revelados números do serviço, sendo o último registo de fevereiro de 2024, revelando 34 milhões de assinantes. Ainda assim, o líder da empresa disse que as receitas anuais do Game Pass chegaram quase aos 5 mil milhões de dólares e generalizou que o número de utilizadores ativos entre os equipamentos e plataformas de gaming eram de 500 milhões. 

Boa parte do aumento das receitas na divisão Xbox deveu-se à decisão de distribuir os jogos do seu catálogo em plataformas rivais, como a PlayStation 5 e Nintendo Switch, incluindo Forza Horizon 5 na PS5, que se revelou um sucesso, assim como Indiana Jones and the Great Circle. E já tem planeado o lançamento de Hellblade II e Gears of War: Reloaded na consola da Sony. 

Neste momento, a Microsoft é uma das editoras que mais vende na PlayStation, listando seis dos 10 mais vendidos no último trimestre. Esse posicionamento foi destacado por Satya Nadella, que afirma ter sido a principal editora tanto na Xbox como na PlayStation neste trimestre. Sem grandes motivos para vender consolas Xbox, devido ao serviço Game Pass ser acessível em muitos outros equipamentos, dos televisores aos smartphones e os seus exclusivos estarem disponíveis em consolas rivais, a Microsoft registou um declínio nas receitas de hardware em 22%. 

Mas há razões para o patrão da Xbox, Phil Spencer, sorrir, uma vez que as receitas do gaming cresceram 10% durante o ano fiscal, num total de 2 mil milhões de dólares. As receitas dos conteúdos e serviços Xbox aumentaram 16% no ano fiscal, mas o hardware Xbox caiu 25%, devido à falta de procura das suas consolas. 

Receitas da Meta disparam, mas continua o investimento em IA

A Meta revelou que no segundo trimestre do ano, as receitas foram de 47,52 mil milhões de dólares, representando um crescimento de 22% face ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido cresceu 36% em comparação ao mesmo período homólogo, somando 18,3 mil milhões de dólares. 

O número de utilizadores diários das suas redes sociais, incluindo o Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads aumentou para 3,5 mil milhões. As receitas, mais elevadas do que o previsto, levaram à valorização das ações da Meta em 10%, ou seja, mais 175 mil milhões de dólares.  

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A empresa de Mark Zuckerberg disse também que vai continuar a investir em mais centros de dados e contratações durante o próximo ano. Durante a apresentação dos resultados, Mark Zuckerberg disse que o negócio continua com uma excelente performance, “o que vai permitir que continuemos a investir fortemente em inteligência artificial”. É apontado que o próximo objetivo da empresa é alcançar a superinteligência, prometendo dar cada vez mais acesso a computação ao seu novo laboratório para o treino de novos modelos capazes de empurrar a próxima fronteira dentro de cerca de um ano. 

A Meta quer garantir o acesso da superinteligência para todos. "Acreditamos em colocar este poder nas mãos das pessoas para o direcionarem para o que valorizam nas suas vidas". É uma intersecção com a tecnologia que se vai tornar mais importante no futuro. 

Ao contrário dos avisos de alguns peritos, Mark Zuckerberg descreve um futuro onde as pessoas gastam menos tempo em software de produtividade e mais tempo em criatividade e ligações. A superinteligência pessoal e os equipamentos como óculos de realidade aumentada, que entendem o contexto e interagem connosco durante o dia, vão tornar-se os equipamentos de computação principais.