Microsoft e Google apresentaram resultados trimestrais e ambas começam o ano a crescer nas vendas, embora a Microsoft tenha mais motivos para sorrir que a Google, com número abaixo das expetativas dos analistas e lucros a cair.
A Google fechou o trimestre que terminou em março com receitas de 68 mil milhões de dólares, mais 23% que nos primeiros três meses de 2021, ano em que a empresa ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 200 mil milhões de dólares em receitas para o ano completo. No último ano fiscal, as receitas da Alphabet alcançaram os 257 mil milhões de dólares.
Os lucros do grupo, no entanto, caíram no período em análise para os 16,4 mil milhões, depois de em igual altura do ano passado terem ficado nos 17,9 mil milhões de dólares. A empresa explica a descida com o aumento das despesas e com um abrandamento na angariação de receitas de publicidade através do YouTube, embora este indicador tenha crescido 14% no período. A guerra na Ucrânia desacelerou o investimento publicitário na Europa, admitiu a empresa, que também aponta a rentabilidade mais baixa de alguns investimentos no trimestre, como causa para a queda dos lucros.
Ainda assim, o negócio da publicidade continua a ser o motor da Alphabet. As receitas associadas totalizaram 54 mil milhões de dólares, somando os ganhos em todas as plataformas do grupo, mas foi ao crescimento da atividade nas pesquisas e na cloud que Sundai Pichar, CEO do grupo, preferiu dar destaque no anúncio de resultados da empresa.
Numa conferência com analistas, o responsável também mostrou que os esforços da empresa para não perder terreno para o TikTok, numa das suas “galinhas de ovos de ouro", o YouTube, estão a dar frutos. Entre janeiro e março, o YouTube Shorts terá conseguido somar 30 mil milhões de visualizações diárias, quatro vezes mais que há um ano, revelou o responsável.
Cloud leva resultados da Microsoft para as alturas
As contas apresentadas pela Microsoft, por seu lado, só revelam crescimento. Nas receitas a melhoria foi de 18%, para os 49,4 mil milhões de dólares. Os lucros fixaram-se nos 16,7 mil milhões de dólares, número que traduz um crescimento de 8% face a igual período do ano passado.
Uma das áreas de negócio em maior destaque no trimestre foi a cloud, onde as receitas geradas cresceram 32% para os 23,4 mil milhões de dólares, quase metade da faturação total da empresa no período. Só no universo Azure e serviços cloud associados, as receitas da empresa cresceram 46%, para uma faturação total de 17 mil milhões de dólares.
O Windows rendeu no trimestre 6 mil milhões de dólares e o gaming 3,74 mil milhões, a crescer 6%, face a igual período do ano passado. As vendas de hardware da Xbox cresceram 14%.
Satya Nadella, presidente executivo da Microsoft, revelou na conferência telefónica com analistas, sobre os resultados, que o serviço de streaming da empresa para jogos (Xbox Cloud Gaming) conta já com 10 milhões de utilizadores. Voltando ao hardware, o Surface também continuou a ganhar adeptos no início deste ano, com as vendas da unidade a crescerem 13%.
O Office 365 conta já com 58,4 milhões de utilizadores, mais dois milhões que no trimestre anterior, e o LinkedIN também continua a crescer. No trimestre em análise cresceu 34%, o valor mais baixo do último ano, apurado para cada trimestre.
No próximo trimestre, a Microsoft mantém a previsão de crescimento, mas calcula que a guerra na Ucrânia também impacte o seu negócio. Calcula-se que pesará cerca de 110 milhões de dólares na receita. Por áreas de negócio, a empresa acredita que as vendas do Windows, Surface e Xbox podem ainda ser penalizadas com as dificuldades de produção que se mantêm para vários equipamentos eletrónicos.
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