Um dos temas de base da Lenovo, para a sua apresentação anual Lenovo Tech World 22, foi o metaverso. A empresa partilhou a sua visão de como o virtual pode ajudar a resolver problemas do mundo físico, ao mesmo tempo que se torna uma das soluções para mitigar os problemas ecológicos que o mundo atravessa.
Dr Yong Rui, CTO da Lenovo, mostrou como a realidade virtual pode ser a ponte na comunicação, através do metaverso. Para a empresa, trata-se de um espaço híbrido entre o mundo real e virtual, onde as pessoas podem interagir, seja entre as indústrias ou na vida do dia-a-dia das pessoas. O mapeamento do mundo real e físico em superimposição, interagindo e partilhando o mesmo espaço, um impactando o outro em simultâneo. E a Lenovo diz que tem equipamentos para possibilitar essa transformação.
A primeira forma é mapear o mundo físico no virtual, a construção de uma representação da realidade no metaverso (digital twins). O Meta-space permite introduzir quatro camadas: "features points", estruturas geométricas, texturas realísticas e object semantics.
Os features points permitem a orientação, usando robots e óculos de realidade virtual para que saibam onde estar no metaverso. As estruturas geométricas são as construções do mundo virtual baseado em real. As texturas realísticas captam os detalhes dos objetos para maior imersão e experiência real no virtual, como se fossem o físico. Por fim, a quarta camada, o object semantics, que faz com que tudo trabalhe, ou seja, permite a interação entre o virtual e real, tais como baterias, equipamentos elétricos, que funcionam nos dois mundos.
A chamada superimposição requer o uso dos óculos de realidade virtual, com o maior campo de visão possível. Depois é necessário o processamento em tempo real daquilo que os utilizadores estão a ver. Os óculos estão ligados a Edge Computing para reduzir a necessidade de processamento local. A interatividade no mundo virtual permite ter consequências no físico e vice-versa. E deu como exemplo um robot que vai fazer uma inspeção no mundo real de uma estação elétrica, mas antes são delineados os pontos no metaverso que vai percorrer e interagir. O robot físico segue esse mesmo caminho na estação elétrica real e cumpre as tarefas, refletindo-se assim a interação entre os dois mundos.
No que diz respeito a produtos, a empresa tem já uma categoria dedicada ao Metaverso, tanto do lado do utilizador, dos servidores e ainda software. Tem soluções para indústrias verticais, esperando criar no futuro um ecossistema de metaverso aberto, juntamente com os seus parceiros, assumindo que quer ser um dos líderes desta área.
Luca Rossi reforçou a mistura do mundo físico e virtual. Para os seus clientes isso significa o abraçar o acesso a tecnologia de forma mais rápida e acessível. A pandemia mostrou essa necessidade e a empresa está a entregar tecnologias, ecossistemas de produtos a todos os seus clientes. Para lá dos equipamentos, os espaços inteligentes mostram que os espaços físicos estão a desaparecer, combinando o real e virtual. E seja a trabalhar como a jogar entre diferentes equipamentos e sistemas operativos.
O ecossistema Lenovo Freestyle permite colaborar entre um tablet e um PC, por exemplo, fazendo streaming das aplicações do smartphone no computador. Com isto, os seus smartphones Motorola estão cada vez mais integrados no ecossistema de computadores da empresa. Dessa forma, a Lenovo combina a realidade virtual do ThinkReality, com a portabilidade do smartphone Motorola Edge e os seus computadores portáteis e tablets Yoga, por exemplo, num novo ecossistema mais inteligente.
As salas cibernéticas são espaços virtuais, compostos por humanos digitais, os avatares que representam os utilizadores. O metaverso continua assim presente, e a empresa destaca um estudo em que 44% das pessoas estão disponíveis para trabalhar num formato de metaverso. Por isso, o metaverso aberto tem de estar disponível a todos, defende a fabricante.
A Lenovo diz que a flexibilidade na forma como os colaboradores decidem quando ficam a trabalhar em casa ou vão às empresas é inevitável, vendo como uma tradição e conceito de trabalho com décadas foi transformado em apenas dois anos. Assim, os seus clientes não querem apenas computadores rápidos, mas toda a experiência dos colaboradores, um ecossistema de equipamentos e soluções que abrace esta nova tendência.
Dar a responsabilidade aos funcionários de trabalharem onde quiserem e irem para a empresa dentro do que é definido, mantendo a cultura da organização revelam-se questões complexas para as organizações. A Lenovo promete soluções End-to-End para ajudar essa flexibilidade profissional. Aposta em soluções simples, escaláveis e seamless na transição entre o trabalho em casa e na empresa.
O seu novo smartphone com ecrã enrolável foi mostrado, é referido como vantajoso para multitasking. Juntamente com o seu portátil com um ecrã com a mesma tecnologia de ecrã que se estende.
Dá ainda a Formula 1 como a inovação em prol do desporto. A tecnologia, serviços e soluções pretendem ajudar as equipas dentro e fora de pista. Até o desporto motorizado está preocupada com as questões de sustentabilidade, oferecendo um exemplo aos fãs. Da mesma forma que a tecnologia vai permite uma maior proximidade a quem assiste às corridas, uma experiência mais imersiva aos fãs da Fórmula 1.
Em relação aos objetivos de sustentabilidade, a Lenovo pretende ajudar o meio ambiente e tem como objetivo até 2025 utilizar apenas materiais reciclados nos seus produtos. E até 2030 ser net-zero. A Lenovo pretende que os seus produtos sejam mais inclusivos e promete que até 2025/26, as suas soluções serão 75% desenhadas para alcançar qualquer utilizador, que por norma tem mais dificuldade em aceder à tecnologia.
O conceito das cidades inteligentes é outro tópico que a Lenovo se está a focar e Barcelona foi escolhida pela empresa para testar as suas soluções inteligentes. Está a oferecer maior capacidade de edge computing nos diversos pontos da cidade, que são centrados num único lugar através da cloud. Dá o exemplo de um mercado na cidade, que através de óculos de realidade mista consegue dar informações adicionais ao que está disponível à venda. Os sistemas de analítica de vídeo permitem monitorizar e gerir de melhor forma o tráfego.
O metaverso promete assim transformar o mundo empresarial, através dos sistemas de digital twin, em que o virtual e o real se fundem, sem barreiras.
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